segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A lenda da origem dos Incas




Um dos povos pré-colombianos mais importantes da História não tem uma origem 100% conhecida, mesmo após décadas de pesquisas histórico-arqueológicas movidas por diversos profissionais através dos anos. Muitos apontam os incas como um povo que teria descendido de um grupo étnico conhecido como taipicala e migrado para a região próxima a Cuzco e dos vales do rio Urubamba e do rio Huatanay por volta do ano 1200.
O vale do rio Urubamba foi muito importante para o desenvolvimento do povo inca.

Esta é a definição da “origem” dos incas mais aceita hoje em dia, até mesmo pelos achados arqueológicos que confirmam estas informações e provam que houve uma migração na época e que a partir desta migração a civilização inca desenvolveu-se na região.

Mas é óbvio que não existe apenas a definição “histórica”, baseada em achados arqueológicos. Os próprios incas tinham uma história que contava suas origens e que era transmitida de forma oral ou através de gravuras nas cerâmicas, nas paredes dos templos e nas peças de ouro. Na verdade, existem duas versões que explicam a origem do povo inca: a “lenda dos irmãos Ayar” e a “lenda de Manco Capac e Mama Ocllo”, e as duas, apesar de serem parecidas, tem seus detalhes e particularidades.

Aqui nós vamos falar da segunda lenda, já que a primeira eu pesquisei bastante e não encontrei uma exatidão nos relatos, há muita informação e pouca certeza, como em toda tradição oral que se preze. Mas se você que está lendo tiver curiosidade, eu deixei o link acima para um site que explica um pouco sobre esta lenda. Está em castelhano, mas dá para entender.
“A lenda de Manco Capac e Mama Ocllo”:

Segundo esta lenda, os habitantes do lado norte do lago Titicaca viviam como “animais selvagens” – e aqui talvez nós podemos fazer uma comparação com os primeiros grupos humanos viviam na Pré-História, sem qualquer organização social.


Manco Capac e Mama Ocllo


O deus-sol, Inti, decidiu que estes seres mereciam passar por um “processo civilizatório”. Assim, ele criou um casal, Manco Capac e Mama Ocllo, e pediu que os dois fossem até a Terra para construir um grande império e civilizar estes povos, mas antes eles deveriam encontrar o lugar para construir a capital.

Os dois aceitaram a missão e emergiram da espuma do lago Titicaca, na Isla del Sol, munidos de um cetro de ouro, e rumaram para o norte.

Conta a lenda que a beleza de suas roupas e o brilho das jóias e do ouro que os dois carregavam fizeram com que as pessoas daquela região percebessem o casal como dois deuses – como eles realmente eram – e passaram a segui-los, mesmo que secretamente.

Manco Capac e Mama Ocllo procuraram o local exato por algum tempo. A ordem dada por Inti era que eles deveriam fixar o império em um lugar de terras férteis, e para saber se a terra era realmente fértil eles deveriam afundar o cajado de ouro até o fim, tendo a certeza que ali seria fácil plantar e colher com abundância.

Um belo dia eles chegaram até os pés do cerro Huanacauri, e ali, no vale do rio Huatanay o cajado enfim foi “sugado” pela terra. Capac e Ocllo iniciaram então a construção da cidade de Cuzco, conhecida também como “Umbigo do Mundo”, futura sede do império inca. Também ensinaram o povo que os seguiu a plantar, construir casas, cozinhar, enfim, cumpriram a “missão”, o pedido feito pelo deus-sol ao criá-los e civilizaram o povo.
Cerro Huanacauri.
Assim como todos os personagens lendários que existem mundo afora, Manco Capac e Mama Ocllo não tem sua existência confirmada por achados arqueológicos. Muitos consideram que realmente existiu tal casal e que eles foram os primeiros líderes incas, e à história dos dois foi agregada a lenda da criação do povo.

Outras pessoas acreditam que esta é apenas uma lenda, e nenhum dos dois realmente existiu. De qualquer forma, vale o registro desta interessante manifestação cultural dos povos andinos, concordam?

Fonte: Historiazine

Os Três Filtros de Sócrates


domingo, 23 de novembro de 2014

Candidato Caô Caô



Dizem que o brasileiro é um dos poucos povos que riem de sua desgraça. Passadas as eleições, os ânimos começam a esfriar, permitindo-nos mais uma vez refletir e "brincar" com a nossa situação sócio-cultural. A música exposta abaixo reflete uma situação que provavelmente nós vimos nestes últimos meses nas campanhas eleitorais, esta música de Bezerra da Silva, pode até ser considerado um hino de revolta do cancioneiro popular, que mostra como o "político" usufrui dos mais carentes. Acredito que esta música serve para representar políticos de inúmeras legendas, vitoriosas ou vencidas nestas últimas eleições.

Candidato Caô Caô 




Caô Caô Caô Caô..
A justiça chegou!
Ai malandragem..se liga!
Bezerra da Silva provando e comprovando a sua versatilidade!
"Sai pra lá caozada..Oh o rappa na área!"
Ele subiu o morro sem gravata
Dizendo que gostava da raça
Foi lá na tendinha
Bebeu cachaça
E até bagulho fumou
Jantou no meu barracão
E lá usou
Lata de goiabada como prato
Eu logo percebi
É mais um candidato
Às próximas eleições (3x)
Fez questão de beber água da chuva
Foi lá no terreiro pediu ajuda
E bateu cabeça no congá
Mais ele não se deu bem
Porque o guia que estava incorporado
Disse esse político é safado
Cuidado na hora de votar
Também disse:
Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater
Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda os homem lhe prender
Hoje ele pede o seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater.
Eu falei pra você viuuuuu..
Esse político é safadão oh ai cumpade!
Nesse país que se divide em quem tem e quem não tem,
Sinto o sacrifício que há no braço operário
Eu olho para um lado
Eu olho para o outro
Vejo o desemprego
Vejo quem manda no jogo
E você vem, vem
Pede mais de mim
Diz que tudo mudou
E que agora vai ter fim
Mas eu sei quem você é
Ainda confia em mim?
Esse jogo é muito sujo
Mas eu não desisto assim
Você me deve..haha haha
Malandro é malandro
Mané é mané
Você me deve...
Você me deve seu canalha
Você me deve malandragem
Você ganhou duzentas vezes na loteria malandro?
Duzentas vezes cumpade?
É
Fez questão de beber água da chuva
Foi lá na macumba pediu ajuda
E bateu cabeça no congá
Deu azar..
A entidade que estava incorporada
Disse esse político é safado
Cuidado na hora de votar
Também disse:
Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater
Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe prender
Hoje ele pede o seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater.
Ai ai perai cumpade..perai perai perai
Sujôooo..
Ae malandragem se liga na missão
Fica atento
Político é cerol fininho
Político engana todo mundo..
Menos o caboco..ele deu azar na macumba do malandro..ah lá
O caboco caguetou ele
Hoje ele pede, pede, pede de você ..
Amanhã vai vai te fudê..
Hoje ele pede, pede, pede de você ..
Amanhã vai vai.. ohhh
E amanhã vai se fu..
É cumpade..

Fonte: História Pensante.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Jogos Antigos #3: Warcraft II


Produtora Blizzard Entertainment
Editora(s) PC, Mac OS
Blizzard Entertainment(América do Norte)
Ubisoft (Europa)
Saturn, PlayStation
Electronic Arts (América do Norte e Europa)
Electronic Arts Victor(Japão)
Plataforma(s) MS-DOS, Linux,AmigaOS 4, Mac OS,Sega Saturn,PlayStation,Microsoft Windows
Data(s) de lançamento PC, Mac OS
AN 9 de Dezembro de 1995
EU 1996Saturn, PlayStation
AN 31 de Agosto de 1997
EU 31 de Agosto de 1997
Gênero(s) Estratégia em tempo real
Modos de jogo Single Player e Multiplayer
Classificação ESRB: T
OFLC: G8+
ELSPA: 15+
Média CD-ROM
Controles Mouse, Teclado e Gamepad
Idioma Inglês


Warcraft é a história de um Universo fictício onde é ambientada a série de livros e jogos para computador de mesmo nome publicados pela Blizzard Entertainment, Inc . A primeira aparição do Universo Warcraft aconteceu no jogo Warcraft: Orcs & Humans, em uma história que era basicamente sobre a luta pela sobrevivência entre humanos e orcs em Azeroth, um dos planetas do Universo Warcraft.

A história é divida em antes e depois da primeira guerra sendo a data mais antiga, segundo a linha de tempo oficial da Blizzard, dez mil anos antes de Orcs & Humans, embora haja registros de que a data mais antiga do Universo Warcraft seja de 147 mil anos antes de Orcs & Humans, conforme é descrito no guia RPG Shadows & Light. Atualmente a história de Warcraft está ambientada 32 anos após Orcs & Humans, sendo o título atual o jogo World of Warcraft: Mists Of Pandaria.


Confira uma análise em vídeo:



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O Materialismo Histórico Dialético: Considerações



Já tentaram, mas foi um fiasco, explicar os fenômenos sociais com auxílio das leis naturais, ou seja, as leis que regem a natureza. A busca incessante pela verdade empírica é como uma sede implacável para homem e, assim sendo, ele desenvolveu referenciais teóricos e metodológicos como forma de explicar a realidade, matar sua sede pela verdade. Tenho que lhes precaver que esse artigo é diminuto, não se trata de algo aprofundado, apenas pode lhe servir como referência para uma primeira análise quanto ao entendimento do Materialismo Histórico Dialético.


Pois bem, e o que vem a ser o materialismo? Em resumo é um conjunto de doutrinas filosóficas que busca explicações para os problemas diretamente relacionados ao plano da realidade no mundo material ao longo da história. Uma explicação materialista dentro de uma interpretação marxista, por exemplo, coloca um problema social do plano real dentro de um modo de produção.


O materialismo histórico, pois bem, é uma tese do marxismo, que com auxílio do conceito de modo de produção da vida material busca explicações para o conjunto de acontecimentos do plano real envolvendo o social, o político, o econômico e o cultural. Trata-se de um método de compreensão e analise do campo da historiografia. O mesmo que coloca sobre a mesa o conceito de lutas de classes.


Uma analise sobre a ótica do materialismo histórico explica a realidade da seguinte forma: a produção material é o pilar da ordem social, é algo que sempre existiu em todas as sociedades. A repartição do que é produzido, aliado a divisão dos homens em classes é determinada pelo o que, e como, a sociedade produz. Um exemplo prático: o modo de produção escravista da antiguidade: o senhor e seu escravo, o patrício e o plebeu em Roma; o modo de produção feudal: o senhor e o seu servo; e o modo de produção capitalista: o burguês e o proletariado.


A respeito da Dialética trata-se de uma palavra de origem grega que significa “verdade”, para o nosso caso, “Di” seria igual a duas verdades. Assim podemos esquematizar o método dialético da seguinte forma:





A “tese” trata-se de uma primeira proposição dada; a “antítese” é a oposição, ou seja, contrária à tese. Do choque entre a “tese” e a “antítese” é que temos uma conclusão, a “síntese”. A “síntese” é uma conclusão nova, retirada a partir do embate, a “síntese” porconsequinte torna-se uma nova “tese” que ira se chocar com uma nova “antítese” e como resultado uma nova “síntese”, sendo um processo sem fim.


“As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial”. [1]


O Materialismo Histórico Dialético, portanto, trata-se de um referencial teórico na busca de explicações para os problemas dos fenômenos do plano da realidade. É utilizável? Sim, mas não consegue aplacar toda a complexidade dos problemas do plano real e tem seus problemas explicativos, como vários outros referenciais teóricos também têm.


Bibliografia:
MARX, Karl. Miséria da filosofia. São Paulo: Grijalbo, 1976. 222p

Fonte: Histo é História

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A Guerra Fria nas HQs (Histórias em Quadrinhos)




A Guerra Fria foi uma disputa travada durante quase cinco décadas pelas duas superpotências vencedoras da Segunda Guerra Mundial: os Estados Unidos e a União Soviética. Foi um período marcado por muita espionagem e propaganda política, tanto do lado norte-americano quanto do soviético. Não bastasse tudo isso, armas atômicas seriam usadas caso as duas superpotências partissem para o conflito militar direto. Foi durante a Guerra Fria que uma nova onda de super-heróis surgiu nos gibis norte-americanos, especialmente nos da Marvel Comics (hoje a maior editora de quadrinhos do mundo). Você certamente já ouviu falar dessas personagens, pois várias foram adaptadas para o cinema nos últimos anos, com grande sucesso de bilheteria. Dentre essas personagens, podemos destacar o Homem-Aranha, os X-Men, o Hulk e o Quarteto Fantástico. Aqui, falaremos da relação delas com a Guerra Fria. Afinal, embora sejam fictícias e tenham sido criadas apenas para entretenimento, seus criadores se inspiraram na época que viviam. Começaremos pelo Quarteto Fantástico, o primeiro gibi da Marvel em que o escritor-editor Stan Lee fez parceria com o desenhista Jack Kirby. 

O Quarteto Fantástico

O primeiro gibi do Quarteto Fantástico foi publicado em novembro de 1961 -ou seja, poucos meses depois de o cosmonauta soviético Yuri Gagarin ter-se tornado o primeiro ser humano a viajar para o espaço, realizando um voo orbital (12 de abril de 1961), e quase uma década antes de o astronauta norte-americano Neil Armstrong ter sido o primeiro homem a pisar na Lua (20 de julho de 1969). Assim, o Quarteto Fantástico foi lançado na mesma época em que os EUA e a URSS disputavam a corrida espacial. O próprio surgimento desse grupo de heróis faz alusão à Guerra Fria: no início da história, pouco antes de os quatro futuros heróis viajarem para o espaço, a narração menciona que os EUA estão numa "corrida espacial" com "uma potência estrangeira". Claro que a tal "potência estrangeira" era a URSS, mas, diferentemente do que tinha acontecido durante a Segunda Guerra Mundial, os autores dos gibis da Guerra Fria preferiam não dar nome aos bois quando se referiam aos "inimigos da América". No gibi, o Quarteto Fantástico tem origem um pouquinho diferente daquela contada no filme de 2005: quatro amigos - o cientista Reed Richards; sua noiva, Sue Storm; o irmão adolescente dela, Johnny Storm; e o piloto de foguetes Ben Grimm - embarcam num foguete experimental, voam para o espaço e são bombardeados por raios cósmicos. Ao voltarem para a Terra, descobrem que os raios cósmicos os afetaram, dando-lhes superpoderes. Richards consegue esticar partes de seu corpo e assume o codinome Senhor Fantástico (qualquer semelhança com outro super-herói, o Homem-Borracha, não é mera coincidência); Sue se torna a Garota Invisível (anos depois, mudará o nome para Mulher Invisível, pois em nossos tempos "politicamente corretos" é considerado machismo chamar de "garota" uma mulher adulta); Johnny vira o Tocha Humana; e Ben, o monstruoso Coisa. Os raios cósmicos existem mesmo, mas na vida real eles matam, como seu professor ou professora de ciências poderá lhe explicar. A corrida espacial não é a única alusão à Guerra Fria que encontramos nos primeiros gibis do Quarteto Fantástico. O principal inimigo do Quarteto era o Doutor Destino, que governava literalmente com mãos de ferro um pequeno país do Leste Europeu, bem na região onde se concentravam os países do bloco socialista. Na tradução feita no Brasil, o nome dado ao país do Doutor Destino era "Latvéria", o que poderia levar a concluir que se tratava de uma terra imaginária. Mas, no original, o nome era "Latvia" - cuja tradução correta para o português é Letônia, na época uma das repúblicas que compunham a URSS. O próprio visual do vilão, com sua armadura de ferro, pode ser referência à "Cortina de Ferro", a expressão popularizada pelo ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill para se referir aos países da Europa oriental que ficaram sob influência da URSS após a Segunda Guerra Mundial. 
 O Incrível Hulk

O Incrível Hulk, segunda criação da parceria Stan Lee-Jack Kirby, também refletia o contexto da Guerra Fria. No primeiro número do gibi, lançado em maio de 1962, ficamos sabendo como o cientista Bruce Banner se tornou o Hulk: ele tenta salvar um adolescente que invadiu o local onde se testará pela primeira vez a "bomba gama" (projetada pelo próprio Banner) e fica exposto aos raios gama quando a bomba é detonada propositalmente por seu assistente, um espião iugoslavo disfarçado. Capa do n. 1 de O Incrível Hulk Banner, em vez de morrer de leucemia ou queimaduras radiativas (que é o que aconteceria na vida real), descobre que os raios gama alteraram a química de seu corpo. Agora, sempre que se enfurece, é humilhado ou entra em pânico, ele se transforma no Hulk, um brutamontes capaz de levantar toneladas. Curiosamente, o Hulk era para ser cinzento, mas falhas de impressão no primeiro número do gibi fizeram que ele aparecesse esverdeado em alguns quadrinhos. Assim, o verde se tornou sua cor definitiva. Até o fato de Banner ser físico nuclear tinha relação com a Guerra Fria. Desde o Projeto Manhattan (o qual desenvolveu as bombas atômicas que foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki), os físicos nucleares tinham "importância estratégica" para o governo dos EUA. Vale recordar que, segundo alguns historiadores, as bombas atômicas usadas contra o Japão marcaram não apenas o fim da Segunda Guerra Mundial, mas o começo da Guerra Fria. Segundo tal interpretação, o ataque a Hiroshima e Nagasaki teria sido a forma que os EUA encontraram de mandar o seguinte recado à URSS: "Cuidado conosco! Nós temos a bomba!" Depois disso, a procura por carreiras científicas, sobretudo em física nuclear, aumentou consideravelmente nas universidades norte-americanas. Bruce Banner, assim como os físicos do Projeto Manhattan, trabalha para os militares; e a "bomba gama" explode no deserto do Novo México, região dos EUA onde foram mesmo realizados os primeiros testes atômicos. Outro elemento da Guerra Fria presente na saga do Hulk é o espião iugoslavo. Naquela época, histórias de espionagem eram comuns tanto na ficção quanto na realidade. Além disso, a Iugoslávia era um dos países do Leste Europeu onde os comunistas haviam chegado ao poder. (No entanto, os iugoslavos eram um caso à parte: o então governante do país, o marechal Tito, principal líder da resistência contra os invasores alemães durante a Segunda Guerra Mundial, não seguia todos os ditames da União Soviética; por isso, o modelo socialista adotado na Iugoslávia era um pouco diferente daquele que predominava nos outros países do Leste.) Em suas primeiras aventuras, o Hulk enfrentou vários vilões comunistas, mas havia igualmente críticas aos EUA. Em primeiro lugar, porque o principal inimigo do Hulk era o general Ross, também pai da namorada de Banner. Ou seja, em muitas histórias do Hulk, o inimigo era o próprio Exército norte-americano, sempre perseguindo o gigante verde. E não se deve esquecer que o Hulk era um monstro criado pelo horror atômico. Ao conceberem a história, Stan Lee e Jack Kirby pretenderam transmitir uma lição de moral: Banner é vítima de uma arma que ele mesmo projetou, e o cientista sente remorsos por isso. 

Túlio Vilela* Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

terça-feira, 11 de novembro de 2014

20 anos do show histórico em Balneário Camboriú!!!!


Hoje se falar que houve um show de 3 bandas essenciais na história do rock, ninguém acreditaria, esqueci o detalhe em BALNEÁRIO CAMBORIÚ, sim teve mesmo há exatamente 20 anos atrás no dia 11 de novembro de 1994, o Sepultura realizou a "Acid Chaos Tour", ao lado de Ramones e Raimundos, logo após o lançamento de Chaos A.D., e o Ramones embarcou junto nessa, divulgado o álbum Acid Eaters e o Raimundos com o lançamento de seu 1° CD.

O mais interessante e surpreendente disso e que Sepultura e Ramones estavam no auge do sucesso Ramones claro bem mais que Sepultura mais só por isso torna esse show uma lenda na cidade quando eu soube não acreditei mais conheci pessoas que foram eu não fui (era muito garoto), procurei na internet sobre esse show,  ainda mais com uma banda internacional (aqui na cidade é difícil isso acontecer!) e achei alguns vídeos e depoimentos separei o do Bola Teixeira, retirado do seu blog, confira e depois vídeos desse showzaço:


Verãozaço. Estou na orla, sol de rachar a cuca. Acabo de comprar o álbum The Real Thing de uma banda chamada Faith no More. Descubro através da FM mesmo. Epic é a musica que está rolando no dial. Fico vidrado na ânsia de quero mais. Não tenho nem onde escutar. Moro longe e fico tarando a capa e todo o list sentado no muro de arrimo da Atlântica, ali próximo da 2400.

Mike Patton é o vocalista. Sabe tudo. Chamam o estilo de funk rock, metal alternativo, metal progressivo, sei lá que porras são essas. Mas que os caras mexem com a estrutura do rock, com certeza mexem. Chego em casa e devoro o álbum. Descubro outras pérolas quase que no último volume: Falling to Pieces, Edge of the World, From out of Nowhere, todas assinadas por Patton, que mais tarde fico sabendo The Real Thing é o álbum de estréia do figuraça na banda. Bom demais!

Passam-se dois anos. Faz pouco tempo que crio um jornal com uma amiga. Um semanário onde fiquei fazendo de tudo um pouco por quatro anos até encher o saco. Mas isso não vem ao caso. Recém criado o jornal fico sabendo que o show da banda Faith no More está confirmada para acontecer em Curitiba.

- Ah! Impossível perder!

Pego minha cara metade e sigo rumo a capital paranaense. Acho que é uma área para exposições. Cheio de gente. Depois de algumas horas de espera, um jogo de luzes anuncia a chegada do Faith. Surgem apenas as silhuetas e uma figura vestida de terninho branco e chapéu panamá. Patton arrebenta. A banda detona um show inesquecível. Saímos plenamente saciados de nosso apetite.

Antes de iniciar o show, enquanto esperávamos, desperta uma curiosidade. Há um som ambiente que não me é estranho e que há muito tempo não ouvia. É Ramones. Vou até o cara da mesa e pergunto:

- What is this?
- Ramonesmania! Yeahh!, responde o carinha com entusiasmo de fã.

A última audição de Ramones havia sido há 10 anos, justamente no US Festival, na California. Volto de Curitiba e vou direto a loja de discos comprar o álbum duplo com um desfile de sucessos da banda norte-americana. Por um bom tempo é audição obrigatória no meu pick up. Nutro uma paixão tardia pela banda, bem tardia! Começo a comprar álbuns antigos da banda. Me informo mais sobre os Ramones e compro todos os álbuns que são lançados no modernoso CD, mídia que viria substituir o vinil. Mondo Bizarro e Acid Eaters (esse só de covers) é ainda da época do vinil.

Até que fico sabendo que a banda estará na minha cidade. Mentira. Belisca, isso não é verdade. É verdade. Dois anos depois de redescobrir Ramomes num show do Faith, Joe, Johnny, CJ e Marky estão numa tour pelo Brasil junto com Sepultura e os meninos do Raimundos. O slogan da batizada Acid Chãos Tour: “Este show irá tirar você do sério”.

Imperdível. Vou cobrir para o meu jornal. Fico uma pilha de nervoso. Os Ramones não dão trégua. Não consigo chegar perto deles. Entrevista só com as duas bandas brasileiras. Então tá. Não posso falar? Mas posso tocar. Credencial na mão, vou direto pro chiqueiro e de lá não saio até que comece o show.

Bem. Antes todo o clima do show. Sigo para o local no início da tarde. Uma fila gigantesca começa a se formar na entrada do pavilhão. Sol de abril. A garotada, na sua grande maioria, toda vestida de preto. Não há outra razão. As figuras de suas bandas preferidas estampadas no peito. Não precisa dizer quais as bandas de maior preferência. A fila aumenta, quase dobre o pavilhão. Manifestações típicas de fãs e nada dos portões abrirem.

- Não acredito!, ouço o berro histérico de um fã ao ver a chegada dos Ramones no pavilhão.

O clima ficou insustentável. A multidão força a barra e quebra com todo o sistema de segurança montado para o show. A porta principal, de vidro, vem abaixo. Parece ser uma conquista do público que lota o pavilhão.

Vou até os camarins. Consigo engrenar um papo com Rodolfo e Caniço. Nada dos Ramones. Que tristeza.

“A gente vai adentrar todos os buracos que a gente puder, além dos ouvidos”, arremata o vocalista Rodolfo, nos camarins.

Termino a entrevista e sigo pro chiqueiro. Entra o Raimundos com o álbum de estréia fresquinho e mostrando aquela novidade toda de misturar rock com baião, forró e outras coisas nacionais. Gurizada vibra com Puteiro em João Pessoa e Selim (imagina essas letras despudoradas!!), um prévia do que tinha por vir em seguida.

Estou no chiqueiro. Os seguranças quase que não conseguem segurar a fúria da gurizada quando sobem ao palco Joe, Johnny, CJ e Marky. Joe, estático em frente ao pedestal. Não fala nada e dá a senha: one, two, three, four … Meu coração dispara, a platéia explode, dança e canta todos os clássicos petardos dos Ramones. Não sei se fotografo ou subo no palco. Estou a alguns pouquíssimos metros de Joe, quando estico o braço alcanço seus pés. Finalmente a adrenalina estabilizou e saio clicando os quatro Ramones. Inesquecível!

Termina o show. Falta o Sepultura, com direito a Max Cavalera no vocal. Chega a cidade com uma referência de peso, a de melhor banda brasileira de 1993. Saio do chiqueiro e não retorno mais. Fotografo de longe o show porque os metaleiros invadem o chiqueiro. Não há mais chiqueiro, somente o som pesado do Sepultura. Delírio da gurizada de preto. O vozeirão de Max ecoa pelo pavilhão. Um show histórico. Quem foi, foi, quem não foi não acredita que existiu.

Por Bola Teixeira


E agora alguns vídeos do Sepultura nesse show não encontrei nada do Ramones (sim o vocal do Sepultura é o Max Cavaleira que fala Florianópolis pensando que é lá kkk):



Slave New World:
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