“As
relações humanas não são mais espaços de certeza, tranquilidade
e conforto espiritual. Em vez disso, transformaram-se numa fonte
prolífica de ansiedade. Em lugar de oferecerem o ambicionado
repouso, prometem uma ansiedade perpétua e uma vida em estado de
alerta. Os sinais de aflição nunca vão parar de piscar, os toques
de alarme nunca vão parar de soar.”
Zygmunt
Bauman
Em
tempos líquidos, a crise de confiança traz consequências para os
vínculos que são construídos. Estamos em rede, mas isolados dentro
de uma estrutura que nos protege e, ao mesmo tempo, nos expõe. É
isso mesmo? O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro Medo
líquido,
diz que estamos fragilizando nossas relações e, diante disso, nos
contatamos inúmeras vezes, seja qual for a ferramenta digital que
usamos, acreditando que a quantidade vai superar a qualidade que
gostaríamos de ter.
Bauman
diz que, nesses tempos líquidos-modernos, os homens precisam e
desejam que seus vínculos sejam mais sólidos e reais. Por que isso
acontece? Seriam as novas redes de relacionamento que são formadas
em espaços digitais que trazem a noção de aproximação? Talvez
sim, afinal a conexão com a rede, muitas vezes, se dá em momentos
de isolamento real. O sociólogo, então, aponta que, quanto mais
ampla a nossa rede, mais comprimida ela está no painel do celular.
“Preferimos investir nossas esperanças em ‘redes’ em vez de
parcerias, esperando que em uma rede sempre haja celulares
disponíveis para enviar e receber mensagens de lealdade”, aponta
ele.
E
já que as novas sociabilidades, aumentadas pelas pequenas telas dos
dispositivos móveis, nos impedem de formar fisicamente as redes de
parcerias, Bauman diz que apelamos, então, para a quantidade de
novas mensagens, novas participações, para as manifestações
efusivas nessas redes sociais digitais. Tornamo-nos, portanto, seres
que se sentem seguros somente se conectados a essas redes. Fora delas
os relacionamentos são frágeis, superficiais, “um cemitério de
esperanças destruídas e expectativas frustradas”.
A
liquidez do mundo moderno esvai-se pela vida, parece que participa de
tudo, mas os habitantes dessa atual modernidade, na verdade, fogem
dos problemas em vez de enfrentá-los. Quando as manifestações vão
para as ruas, elas chamam a atenção porque se estranha a formação
de redes de parceria reais. “Para vínculos humanos, a crise de
confiança é má notícia. De clareiras isoladas e bem protegidas,
lugares onde se esperava retirar (enfim!) a armadura pesada e a
máscara rígida que precisam ser usadas na imensidão do mundo lá
fora, duro e competitivo, as ‘redes’ de vínculos humanos se
transformam em territórios de fronteira em que é preciso travar,
dia após dia, intermináveis conflitos de reconhecimento.”
A tese que atravessa essa coletânea de textos é que a sociedade pode prescindir do Estado, ou seja, não necessita de sua existência. Para Pierre Clastres, isso pode ser verificado empiricamente na experiência de boa parte das sociedades indígenas da América do Sul. O autor faz críticas às abordagens evolucionistas, pois, segundo ele, as formas políticas não evoluem linearmente das sociedades “sem” estado ou primitivas, para as sociedades “com” estado ou avançadas. No que diz respeito às sociedades indígenas, o fato de não possuírem Estado é uma opção em nome da liberdade, expressa no seu pensamento e cultura, e não prova de seu “primitivismo”. Foi a partir de suas pesquisas de campo (etnografia) entre os Guayaki, Guarani, Chulupi, Yanomami e os Guaranis mbyá que Clastres passou a defender esta tese. Nessas pesquisas ele observou que o chefe indígena não é um indivíduo que tem mais poder que os outros ou oprime os outros pela força, mas tão somente aquele que pode dar e sabe falar. O chefe indígena é prisioneiro do grupo, pois não possui mais poder que o restante. Apesar de ter privilégios como a poliginia (casar com mais de uma mulher) está submetido a uma série de obrigações, sendo que as mais importantes são a generosidade e a fala. Sua fala reúne os homens ao seu redor, mas não tem poder de mando, sendo ineficaz para coopta-los ou persuadi-los. Ele é impedido de concentrar o poder pela própria sociedade, essa sim, detentora de todo o poder. Além disso, esse poder do grupo permanece sempre difuso ou espalhado, impedindo a constituição de uma esfera política separada, ou seja, o Estado. Por esses parâmetros as sociedades indígenas deixam de ser tomadas como infância das sociedades modernas, cuja organização política seria mais complexa e por isso “superior”. As sociedades indígenas não são simplesmente sociedades “sem” Estado, mas sim sociedades “contra” o Estado. Isto é, reconhecem a possibilidade de emergência de um poder político atrelado ao exercício da coerção e violência, e o recusam em nome da liberdade. A violência nas sociedades indígenas não é monopolizada pelo Estado, mas controlada pela própria sociedade. Os ritos de iniciação, fortemente marcos pela intervenção no corpo e pela dor, são mecanismos de inscrição da lei e memória social nos indivíduos. Um exemplo interessante pode ser encontrado no pensamento dos Guaranis: esses identificam o Mal com a figura do Um, que para Clastres representa a centralização política ou do Estado. Para o autor, essa sociedade vive ameaçada pela emergência do Estado devido a fatores como o crescimento demográfico ou do surgimento de profetas. O profeta, assim como o chefe, fala, porém sua fala não anuncia um mero dever e tão pouco é vazia, mas apresenta uma situação inevitável, como o fim dos tempos, ou uma utopia, como a Terra sem Mal. Ao adquirir poder de mando e persuasão, o profeta pode concentrar poder caso não seja impedido pela sociedade, o que representando uma possibilidade de surgimento do Estado. Em síntese, para Clastres podemos aprender muito sobre nossa sociedade ao compreender as sociedades indígenas. Se nós optamos por viver sob o julgo de um Estado, subordinados a sua coerção, os índios decidiram do contrário. As sociedades ameríndias são aquelas que recusam a subordinação, por isso controlam seus chefes, que não impõe leis nem executam sanções. Isso não significa uma sociedade desorganizada, pelo contrário, a sociedade se organiza a ponto de impedir o surgimento do Estado. O que distingue os ameríndios das sociedades ocidentais é sua capacidade de contornar, sempre que possível, a concentração do poder.
Bibliografia: CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988. Disponível em: http://www.4shared.com/get/C5lZAn7s/Pierre_Clastres_-_Sociedade_co.html ________________. Arqueologia da violência: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
Você vai assistir nesse vídeo o documentário "A Arqueologia Vai à Escola: Uma Experiência Com Escavação Simulada", resultado do Projeto Descobridores Mirins criado e coordenado pelos professores Cadu Dias Lopes (Midiaeducação), Eduardo Coelho (História), Maria Glória Mattos (Artes), Helio Filho (Biologia) e Marcia Bezerra (Arqueologia).
O documentário, que faz parte do portfólio do Cadu, foi dirigido por Cadu Dias Lopes com apresentação e roteiro de Marcia Bezerra e realizado pelo CPTV Marista-Rio em 2001.
O trabalho foi apresentado no XI Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira - RJ; na III Mostra Marista de Tecnologia Educacional - MG e no II Congresso Nacional Marista de Educação - PE 2002.
"O Iluminismo é a saída dos homens do estado de minoridade devido a eles mesmos. Minoridade é a incapacidade de utilizar o próprio intelecto sem a orientação de outro. Essa minoridade será devida a eles mesmos se não for causada por deficiência intelectual, mas por falta de decisão e coragem para utilizar o intelecto como guia. 'Sapere aude!' 'Ouse usar seu intelecto!' é o lema do Iluminismo." Assim o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) definiu esse movimento filosófico que se estendeu das últimas décadas do século 17 aos últimos decênios do século 18, em especial na França, Inglaterra, Escócia e Alemanha, embora sua influência tenha se expandido até o Novo Mundo.
As luzes da razão
Essa linha filosófica se caracteriza pelo empenho em estender a razão como crítica e guia a todos os campos da experiência humana. Nesse sentido, ela pretende levar as luzes da razão às trevas da ignorância e do obscurantismo e compreende três aspectos diversos, mas relacionados entre si:
* extensão da crítica a toda e qualquer crença e conhecimento sem exceção;
* realização de um conhecimento que, por estar aberto à crítica, inclua e organize os instrumentos de sua própria correção;
* uso efetivo do conhecimento assim atingido com o fim de melhorar a vida privada e social dos homens.
Vamos analisar cada um desses aspectos em particular...
Fé na razão
Se por um lado o Iluminismo adota a fé na razão, ao mesmo tempo considera limitado o poder da razão, cuja expressão típica é a doutrina da coisa em si, ou seja, os poderes cognoscitivos do homem, tanto sensíveis quanto racionais, vão até onde vai o fenômeno, mas não além, quer dizer, não atinge a coisa em si, independentemente de sua relação com o homem, para o qual é um objeto de conhecimento. Por outro lado, considerada a limitação dos poderes cognoscitivos, não existem campos privilegiados dos quais a crítica racional possa ser excluída. Em particular, isso implicava os campos da política, da moral e da religião, que até então eram tabus para o pensamento racional, aos quais o importante filósofo e matemático racionalista francês René Descartes (1596-1650) achava que a razão não tinha outra coisa a sugerir além da reverência às normas tradicionais.
Princípios racionais de governo
O Iluminismo não aceitava as renúncias cartesianas. Ao contrário, estendeu a indagação do domínio da religião e da política, propondo uma religião natural ou racional, fundada não na revelação histórica, mas na manifestação natural da divindade à razão do homem (deísmo), ao mesmo tempo que questionavam os fundamentos do poder absolutista e procuravam estabelecer os princípios racionais do governo e da organização social. Da mesma forma, evidenciando a importância dos sentimentos e das paixões na conduta do homem, buscam novos pilares para a vida moral do homem. Essa atitude crítica do Iluminismo expressa-se principalmente em sua hostilidade à tradição, que considera a força mantenedora das crenças e preconceitos que deveriam ser destruídos. Para os iluministas, tradição e erro coincidiam. Apesar de essa tese poder parecer exagerada hoje, não se pode esquecer que foi graças a ela que se venceram os poderosos entraves que a tradição impunha à livre pesquisa. O segundo aspecto a ser destacado no Iluminismo é que ele inclui o empirismo, ou seja, considera um atributo do conhecimento válido o fato de poder ser posto à prova. Essa atitude empirista garante a abertura da ciência e conhecimento em geral à crítica da razão, pois consiste em admitir que toda verdade pode e deve ser colocada à prova, sendo eventualmente modificada, corrigida ou abandonada.
Valorização da ciência
É essa atitude do Iluminismo que elevará a ciência (no sentido que essa palavra tem hoje) ao primeiro lugar na hierarquia das atividades humanas. A física - sistematizada primeiramente na obra de Isaac Newton - é considerada pelos iluministas como a ciência mãe ou como a "verdadeira filosofia". O Iluminismo também será decisivo para afastar a química da alquimia e assinalar as etapas fundamentais do desenvolvimento das ciências biológicas, com a obra de diversos naturalistas. Se os resultados obtidos pelas ciências dessa época - séculos 17 e 18, vale recordar - já foram ultrapassados nos dias de hoje, cabe ressaltar que eles puderam ser questionados e corrigidos pelo próprio compromisso fundamental do Iluminismo de não bloquear a obra da razão em nenhum campo e em nenhum nível, considerando todo resultado incompleto, provisório e passível de ser corrigido.
Revoluções republicanas
Finalmente, o Iluminismo inclui o compromisso de se utilizar a razão e os resultados que ela pode obter nos vários campos de pesquisa para melhorar a vida individual e social do homem. Politicamente, as ideias iluministas expressaram-se na Revolução Americana, de 1776, e Francesa, de 1789, que apresentavam como seu objetivo declarado a felicidade ou o bem-estar da humanidade. Além disso, no plano social, o Iluminismo é responsável por duas concepções de fundamental importância para a cultura moderna e contemporânea: os conceitos de tolerância e de progresso. O princípio de tolerância religiosa além de colocar a necessidade de convivência pacífica das várias confissões religiosas, também foi responsável pela separação entre religião e Estado. Por outro lado, o compromisso de transformação iluminista leva à concepção da história como progresso, ou seja, como possibilidade de melhoria do ponto de vista do saber e dos modos de vida do homem.
Principais causas: Rivalidade anglo-alemã: A rivalidade entre a Alemanha e a Inglaterra teve origem na competição industrial e comercial. Após a unificação, a Alemanha. Passou a disputar mercados com os ingleses e se transformou em uma das maiores potências da Europa Rivalidade franco-alemã: Em 1871, a França foi obrigada a ceder a Alsácia-Lorena (região rica em carvão e ferro) ao recém unificado Império Alemão, após a derrota francesa na Guerra Franco-prussiana, conforme previa o Tratado de Frankfurt em 1871. Logo nasceu na França a ideia de vingança, de revanche (o Revanchismo Francês), com o objetivo de recuperar Alsácia-Lorena e vingar a derrota na guerra. Política de alianças: Por meio de acordos econômicos, políticos e militares, dois blocos opostos foram criados: a Tríplice Aliança, formada por Alemanha, Império Austro-Hungaro e Itália, também conhecidos como Império Centrais, e a Tríplice Entente, por Rússia, França e Grã-Bretanha. Esse sistema de blocos tornou-se uma bomba relógio quando as tensões entre os países tonaram-se incontroláveis. Corrida armamentista: Os anos anteriores à eclosão da guerra em 1914 receberam o nome de Paz Armada porque a indústria bélica aumentou consideravelmente os seus recursos, produzindo novas tecnologias para a guerra. Além disso, quase todas as nações europeias adotaram o serviço militar obrigatório, incentivando assim o sentimento nacionalista e militarista. A disputa colonial: buscando novos mercados para a venda de seus produtos, e também pelo domínio de áreas fornecedoras de matérias-primas e fontes de energia, os países industrializados entravam em choque pela conquista de colônias na África e na Ásia. Exacerbação do nacionalismo: O período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial foi marcado por uma exacerbação do nacionalismo. As potências, de modo geral, cultivavam um discurso e uma mentalidade baseados em suas glórias militares, no poder bélico e na supremacia nacional. Nacionalismo da Sérvia: Á Sérvia era uma pequena nação eslava independente, situada na região dos Bálcãs. O seu objetivo era reunir todos os povos eslavos em um só Estado. O projeto sérvio contrariava os interesses da Áustria e da Turquia. A Rússia era aliada da Sérvia. Os alemães, também interessados na região, pretendiam construir a ferrovia Berlim-Bagdá para ter acesso direto ao petróleo da Mesopotâmia (atual Iraque), acabando com a primazia dos ingleses. Rivalidade austro-russa: A Rússia desejava dominar o Império Turco-Otamano, a fim de obter uma saída para o mar Mediterrâneo, e, também, controlar a península Balcânica. Para justificar esse expansionismo, criou o pan-eslavismo movimente político segundo o qual a Rússia tinha o "direito" de defender e proteger as pequenas nações eslavas da península Balcânica.
A situação conflituosa entre o final do século XIX e o início do século XX deu origem à chamadapaz armada. Como o risco de guerra era bastante grande, as principais potências trataram de estimular a produção de armas e de fortalecer seus exércitos. Foi um momento de intensa corrida armamentista, quando a Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e o Império Turco-Otomano) ampliava sua capacidade bélica, e a Tríplice Entente (Rússia, França e Inglaterra) buscava equipar-se. A indústria bélica aumentou consideravelmente os seus recursos, produzindo novas tecnologias para a guerra. Além disso, quase todas as nações europeias adotaram o serviço militar obrigatório, incentivando assim o sentimento nacionalista.
A explosão da guerra mundial
Assassinato de Francisco Ferdinando (Sarajevo, Bósnia, 28/06/1914): foi o estopim que detonou a Primeira Guerra Mundial, quando as tensões entre os dois blocos de países haviam crescido a um nível insuportável.
Principais fases: primeira fase (1914/1915) movimentação de tropas e equilíbrio entre as forças rivais; segunda fase (1915/1917) guerra de trincheiras; terceira fase (1917-1918) entrada dos Estados Unidos, ao lado da França e da Inglaterra, e derrota da Alemanha.
Entrada da Itália – A Itália, membro da Tríplice Aliança, manteve-se neutra até que, em 1915, sob promessa de receber territórios austríacos, entro na guerra ao lado de franceses e ingleses. Saída da Rússia – Com o triunfo da Revolução Russa de 1917, onde os bolcheviques estabeleceram-se no poder, foi assinado um acordo com a Alemanha para oficializar sua retirada do grande conflito. Este acordo chamou-se Tratado de Brest-Litovsk, que impôs duras condições para a Rússia. Entrada dos Estados Unidos – Os norte-americanos tinham muito investimentos nesta guerra com seus amigos aliados (Inglaterra e França), os países da Entente adquiriam armas, munições, combustíveis, remédios, etc. dos EUA para pagarem após a guerra. Era preciso garantir o recebimento de tais investimentos. Os norte-americanos também tinham receio de uma possível vitória alemã, pois a Alemanha poderia se tornar uma mega potencia colonial, industrial e bélica, sendo impossível de derrotá-la no futuro. Utilizou-se como pretexto o afundamento do navio “Lusitânia”, que conduzia passageiros norte-americanos.
Participação do Brasil – Os alemães, diante da superioridade naval da Inglaterra, resolveram empreender uma guerra submarina sem restrições. Na noite de 3 de abril de 1917, o navio brasileiro “Paraná” foi atacado pelos submarinos alemães perto de Barfleur, na França. O Brasil, presidido por Wenceslau Brás, rompeu as relações com Berlim e revogou sua neutralidade na guerra. Novos navios brasileiros foram afundados. No dia 25 de outubro, quando recebeu a noticia do afundamento do navio “Macau”, o Brasil declarou guerra à Alemanha. Enviou auxilio à esquadra inglesa no policiamento do Atlântico e uma missão médica.
Consequências da guerra:
a) O aparecimento de novas nações;
b) Desmembramento do império Austro- Húngaro;
c) A hegemonia do militarismo francês, em decorrência do desarmamento alemão;
d) A Inglaterra dividiu sua hegemonia marítima com os Estados Unidos;
e) O enriquecimento dos Estados Unidos;
f) A depreciação do marco alemão, que baixou à milionésima parte do valor, e a baixa do franco e do dólar;
g) O surgimento do fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha.
Os "14 Pontos do Presidente Wilson"
Em mensagem enviada ao Congresso americano em 8 de janeiro de 1918, o Presidente Wilson sumariou sua plataforma para a Paz que concebia: 1) "acordos públicos, negociados publicamente", ou seja a abolição da diplomacia secreta;
2) liberdade dos mares; 3) eliminação das barriras econômicas entre as nações; 4) limitação dos armamentos nacionais "ao nível mínimo compatível com a segurança"; 5) ajuste imparcial das pretensões coloniais, tendo em vista os interesses dos povos atingidos por elas; 6) evacuação da Rússia; 7) restauração da independência da Bélgica; 8) restituição da Alsácia e da Lorena à França; 9) reajustamento das fronteiras italianas, "seguindo linhas divisórias de nacionalidade claramente reconhecíveis"; 10) desenvolvimento autônomo dos povos da Áutria-Hungria; 11) restauração da Romênia, da Sérvia e do Montenegro, com acesso ao mar para Sérvia; 12) desenvolvimento autônomo dos povos da Turquia, sendo os estreitos que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo "abertos permanentemente"; 13) uma Polônia independente, "habitada por populações indiscutivelmente polonesas" e com acesso para o mar; e 14) uma Liga das Nações, órgão internacional que evitaria novos conflitos atuando como árbitro nas contendas entre os países.
Os "14 pontos" não previam nenhuma séria sanção para com os derrotados, abraçando a idéia de uma Paz "sem vencedores nem vencidos". No terreno prático, poucas propostas de Wilson foram aplicadas, pois o desejo de uma "vendetta" por parte da Inglaterra e principalmente da França prevaleceram sobre as intenções americanas.
O Tratado de Versalhes: conjunto de decisões tomadas no palácio de Versalhes no período de 1919 a 1920. As nações vencedoras da guerra, lideradas por Estados Unidos, França e Inglaterra, impuseram duras condições à Alemanha derrotada (é importante ressaltar que os EUA não ratificaram o Tratado Versalhes, consideravam excessivas a quantidade de reparações impostas à Alemanha). O desejo dos alemães de superar as condições humilhantes desse tratado desempenhou papel importante entre as causas da Segunda Guerra Mundial:
· Restituir a região da Alsácia-Lorena à França. · Ceder outras regiões à Bélgica, à Dinamarca e à Polônia (corredor polonês). · Ceder todas as colônias. · Ceder à França a propriedade inteira e absoluta das minas de carvão situadas na baixia do Sarre. · Entregar quase todos seus navios mercantes à França, à Inglaterra e à Bélgica. · Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos países vencedores (33 milhões de dólares). · Seu exército foi limitado a 100 mil voluntários, e o recrutamento militar foi proibido. · Reduzir seu poderio militar sendo proibida de possuir aviação militar, submarinos, artilharia pesada e tanques. · Reconhecer a independência da Áustria. · Reconhecer a independência da Polônia · Considerada a grande culpada pela guerra.
A formação da Liga das Nações: em 28 de abril de 1919, a Conferência de Pás de Versalhes aprovou a criação da Liga das Nações, com a missão de agir como mediadora nos casos de conflito internacional, preservando a paz mundial. Entretanto, sem a participação de países importantes como os Estados Unidos, União Soviética e Alemanha, a liga revelou-se um organismo impotente.
A ascensão econômica dos Estados Unidos no pós-guerra: os Estados unidos alcançaram significativo desenvolvimento econômico através da exportação de produtos industrializados. A Europa tornou-se dependente dos produtos americanos. liciamento do Atlântico e uma missão médica.