sábado, 26 de setembro de 2015

Grécia Antiga: Atenas

a) Localização: região da Ática.


b) Formação: fundada pelos jônios por volta do século X a.C. (Bem próxima do litoral, Atenas possuía o porto de Pireu, que favoreceu o comércio marítimo. Estabelecida numa planície fértil, a cidade contava também com áreas para a agricultura e era protegida por montanhas.




c) Aspectos sociais:


I. Cidadãos – tinha direito de participar da vida política da cidade e possuir terras. Os cidadãos atenienses que se dedicavam às atividades comerciais e bancárias eram malvistos pela sociedade. Por essa razão, os estrangeiros e os escravos predominavam nesse tipo de trabalho. Para os atenienses, o conceito de cidadania estava ligado ao de liberdade e ao de origem. Somente os homens adultos, filhos de pais atenienses, eram cidadãos e podiam votar e ser votados nas assembleias, além de se tornarem magistrados. Os cidadãos mais ricos eram em geral os grandes proprietários de terras. Eles viviam principalmente nas cidades, onde se dedicavam à política, às artes, à filosofia e praticavam exercícios físicos. Os cidadãos menos ricos podiam ser donos de uma pequena oficina, onde trabalhavam com a ajuda da família e de poucos escravos. Podiam ser ainda donos de pequenos lotes agrícolas. Havia também cidadãos mais pobres que trabalhavam em troca de salário. Mulheres, escravos e estrangeiros não tinham direito à cidadania. Eram excluídos da vida política.


II. Os estrangeiros, ou metecos - não podiam se casar com cidadãos da pólis, mas eram obrigados a prestar serviço militar e a pagar um imposto pessoal. Seus descendentes não podiam possuir terras dentro da cidade. Muitos deles trabalhavam no comércio, no artesanato e no empréstimo de dinheiro a juros. Mas havia metecos donos de grandes fortunas e outros que trabalhavam em troca de salário.


III. Escravos - tinham várias origens, podiam ser comprados dos povos orientais, ser prisioneiros de guerra ou ainda homens livres que se tornavam escravos quando devedores. Esse era o caso do pequeno camponês que fazia empréstimos para comprar sementes ou alimento e não conseguia pagar suas dívidas. O fato de não cumprir um dever – o pagamento da dívida – tornava-o um cidadão indigno de sua cidadania, e a escravidão era vista como o único jeito de puni-lo. Os escravos não possuíam nenhum direito nem podiam, pelo menos no início, se libertar. Eram considerados bens, instrumentos de trabalho, mercadorias que pertenciam aos cidadãos gregos. Faziam todo o trabalho pesado nos campos, trabalhavam também com artesanato, em lojas, em barcos e na mineração. Para os gregos, o escravo era aquele que, privado de sua liberdade, era obrigado a trabalhar sob o domínio de outra pessoa. Eles eram, em grande parte, os responsáveis pelo funcionamento da vida dos cidadãos em Atenas, já que estes, com escravos para trabalhar, podiam se dedicar a atividades políticas e militares, pois entre os gregos havia uma noção geral de que todas as atividades que fossem voltadas a atender às necessidades físicas do corpo impediriam o pleno exercício da liberdade. E aqueles que não participavam da vida política de uma cidade, que não eram cidadãos, portanto, mereciam a condição de escravos.


d) Aspectos econômicos: destacou-se no artesanato e no comércio. Os artesãos trabalhavam em pequenas oficinas, que produziam cerâmicas, armas, tecidos etc. Os vasos gregos eram, em geral, pintados com cenas míticas ou ilustrações da vida cotidiana. Os comerciantes navegavam pelo mar Mediterrâneo vendendo produtos atenienses e comprando alimentos, madeira e cobre. Os gregos usavam moedas de prata como pagamento. No campo, os agricultores cultivavam a uva e a oliva, matérias-primas para a fabricação do vinho e do azeite. O trigo, produto mais importante da alimentação ateniense e matéria-prima do pão, vinha sobretudo de colônias espalhadas pelo Mediterrâneo.


O enriquecimento da cidade


A colonização de novas terras possibilitou:
ü Que o comércio entre as cidades crescesse e a riqueza fosse distribuída para indivíduos fora das elites.
ü Os proprietários tornavam-se cada vez mais ricos, assim como os comerciantes. Estes começaram a exigir participação política, uma vez que tinham cada vez mais dinheiro e contribuíam para o crescimento da cidade. No entanto, isso era impensável, uma vez que, para os atenienses, um estrangeiro nunca poderia ser cidadão e participar da política.
ü Com o enriquecimento da cidade também crescia o número de escravos, insatisfeitos com sua condição de vida.
Isso contribuiu para aumentar as tensões sociais e econômicas em Atenas.


Constituição da democracia ateniense


A partir do final do século VII, legisladores e tiranos procuraram resolver as tensões entre os cidadãos e os não cidadãos:


Drácon – 620 a.C.
ü Elaborou um código de leis escrito. (A legislação previa penas extremamente rigorosas para quem as violasse. Drácon apenas registrou os costumes tradicionais. Assim, as tensões permaneceram).


Sólon – 594 a.C.
ü Aboliu a escravidão por dívidas, que afetava muitos camponeses pobres,
ü substituiu o critério de nascimento pelo de riqueza para o acesso a cargos públicos, dando assim maior poder para a aristocracia, dividiu os cidadãos em quatro classes de proprietários, conforme o padrão de renda.
ü Estabeleceu também que indivíduos mais pobres pudessem votar na assembleia popular – a ekklésia –, que escolhia os magistrados.
ü Criou ainda a boulé, conselho composto de 400 membros escolhidos pela ekklésia (Esse conselho elaborava as leis a serem votadas pela ekklésia).
As reformas de Sólon não satisfizeram a todos, permitindo a ascensão de tiranos.


Pisístrato – 560 a.C.
ü Limitou os poderes da aristocracia.
ü Instituiu também o crédito para o pequeno camponês.
Pisístrato foi sucedido por seus filhos.


Hípias e Hiparco
Não deram prosseguimento às reformas do pai, gerando insatisfação popular.


Clístenes – 510 a.C.
ü Estabeleceu o regime democrático baseado na isonomia, ou seja, na igualdade dos cidadãos perante a lei.
ü Dividiu os cidadãos atenienses em dez grupos, misturando pessoas de condições diferentes. Formavam-se assim os demos, as unidades administrativas que cuidavam da cidade, e serviram principalmente para quebrar o poder da aristocracia.
ü Aumentou o número de participantes da boulé para 500 membros, o que tornou a participação política mais abrangente e possibilitou que os cidadãos mais pobres também fossem parte ativa da vida política. Desse modo, qualquer indivíduo, rico ou pobre, podia ser magistrado. Daí o nome desse tipo de governo: democracia (demos, o povo; kratos, poder).
No entanto, essa democracia não era um sistema político que admitia a participação de todos os habitantes. Os cidadãos que gozavam de completa liberdade e participavam das decisões políticas eram atenienses ricos e pobres (que eram incentivados a participar da política), nunca estrangeiros, mulheres ou escravos. O governo de Clístenes, porém, trouxe para os cidadãos estabilidade social e expansão econômica.


Péricles – 446 a.C.
O regime democrático em Atenas atingiu seu auge sob a liderança de Péricles por volta do ano 446 a.C.
ü Instituiu um pagamento para aqueles que exerciam funções públicas, os membros da boulé, e para os juízes. As pessoas mais pobres podiam servir à pólis sem que se prejudicassem financeiramente.
ü Consolidou a hegemonia de Atenas e incentivou a expansão das colônias gregas pelo mar Egeu. Intensificou também a construção naval. Seu governo imprimiu tanto desenvolvimento político, econômico e cultural a Atenas que o período ficou conhecido como “o século de Péricles”.


Instituições políticas de Atenas:


Eklesia
ü Assembléia de todos os cidadãos que escolhia os magistrados;
ü Responsáveis pela aprovação de leis que eram criadas pela Boulé;


Boulé
ü Conselho composto por 500 membros escolhidos pela Eklesia;
ü Responsáveis por criar as leis que eram votadas pelas Eklesia.


Helieia
ü Instituição composta por 6000 juízes;
ü Funcionava como um tribunal supremo de Atenas;
ü Responsáveis por julgar os crimes;
ü Tribunal era composto de 6.000 membros, escolhidos localmente por sorteio entre todos os cidadãos com mais de 30 anos de idade


Magistrados:


Estrategos
ü Chefes militares e políticos.


Arcontes
ü Exerciam função religiosa e também judicial.


Areópago
ü Composto por antigos arcontes.
ü Julgava crimes graves.


Helieu
ü Composto por 6000 membros.
ü Responsáveis por julgar os crimes mais vulgares.


Os conflitos da época clássica


O século V a.C. – da democracia ateniense, das artes e das ciências que se desenvolveram e do comércio entre as cidades-Estado – é considerado o período clássico da história grega. Mas esse século também foi marcado por muitos conflitos. No início do século V a.C., os persas, que dominavam um vasto império no Oriente Médio, ameaçaram a independência das cidades-Estado gregas. Estas se aliaram para conter o avanço inimigo. O objetivo dos persas era conquistar as terras gregas com saída para o mar, de forma a dominar o comércio no mar Egeu. Expandindo-se em direção à Europa, eles conquistaram Mileto, Éfeso, Samos e outras colônias gregas da Ásia Menor. O conflito com os persas resultou em guerras que se prolongaram por mais de quatro décadas e ficaram conhecidas como Guerras Médicas (de 490 a.C. a 448 a.C.). Os persas foram expulsos de todos os territórios gregos em 448 a.C. foi a vitória da pólis grega, das cidades-Estado independentes, sobre o império bárbaro.


A vitória grega e a hegemonia de Atenas


Durante as Guerras Médicas, Atenas, uma das cidades que mais contribuíram para a derrota e expulsão dos persas, formou sob seu comando uma liga defensiva com as cidades do mar Egeu e da Ásia Menor: a Liga de Delos. As cidades membro dessa liga deviam fornecer navios, soldados e dinheiro (guardado no templo da ilha de Delos) para se defender dos ataques estrangeiros. No entanto, Atenas passou a usar o tesouro da liga em benefício próprio. Com os fundos arrecadados, Atenas construiu uma grande frota que lhe permitiu controlar todo o mar Egeu. Também com o dinheiro dos fundos, Péricles mandou reconstruir o Parthenon na acrópole para substituir o antigo templo, destruído pelos persas. Esse templo serviu também para guardar as moedas e os metais preciosos que vinham da ilha de Delos. Péricles reuniu arquitetos, escultores, pintores, carpinteiros, operários e outros profissionais para reconstruir a cidade. Além de embelezar a pólis, fortificou Atenas e o porto de Pireu com muralhas. As contribuições das outras cidades acabaram se transformando em uma obrigação, ou seja, em impostos. Atenas tornou-se próspera e poderosa, impondo sua hegemonia ao mundo grego, o que aumentou a rivalidade entre espartanos e atenienses. Essa tensão desencadeou aGuerra do Peloponeso, que durou vários anos e envolveu quase todo o mundo grego.


A Guerra do Peloponeso (de 431 a.C. a 404 a.C.)


A ação imperialista de Atenas provocou a reação das cidades aliadas. Entre 431 a.C. e 430 a.C., no tempo das colheitas, Atenas foi atacada quatro vezes por Esparta, apoiada pela maior parte das cidades-Estado gregas. Com isso, eles pretendiam desabastecer os atenienses, forçando-os a abandonar a segurança das muralhas da pólis. Mesmo assim, as frotas atenienses conseguiram evitar a tomada da cidade. As lutas prosseguiram até 421 a.C., quando foi assinado um tratado de paz entre Atenas e Esparta conhecido como a Paz de Nícias. Entre 415 a.C. e 413 a.C., Esparta voltou a enfrentar os atenienses, que tiveram seu exército e sua frota destruídos. A cidade resistiu por mais algum tempo. Finalmente, entre 406 a.C. e 404 a.C., as muralhas atenienses vieram abaixo, e a cidade foi obrigada a aceitar os termos de paz impostos por Esparta. Terminava, assim, a hegemonia de Atenas no mundo grego, dando lugar ao predomínio de Esparta.


Hegemonias: Esparta e Tebas


Terminada a Guerra do Peloponeso, Esparta submeteu algumas das cidades Estado gregas, antes aliadas de Atenas, aliando-se com os persas nesses confrontos. Em 371 a.C., a pólis de Tebas, cidade do golfo de Corinto localizada a 60 quilômetros de Atenas, venceu a batalha de Leuctras contra Esparta, dando fim ao domínio espartano. Foi o começo da hegemonia tebana, que durou de 371 a.C. a 363 a.C. Porém, Esparta e Atenas, descontentes, aliaram-se e atacaram os tebanos em 362 a.C., na batalha de Mantineia. Apesar da vitória de Tebas, foi assinado um acordo de paz pelo qual nenhuma cidade-estado tentaria impor seu domínio sobre as outras. Encerrou-se assim a hegemonia de Tebas. No entanto, todas essas lutas e hegemonias causaram a morte de milhares de pessoas, provocando o enfraquecimento econômico e político das cidades-Estado gregas. O comércio com o exterior estava paralisado, assim como a produção artesanal e a agricultura. Muitos escravos aproveitaram essa desorganização para fugir. Isso proporcionou a um povo que vivia ao norte da Grécia, os macedô-nios, a conquista do mundo grego, acabando com a independência das pólis.


REFERÊNCIAS


AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 6° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.


CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.


COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.


MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.


PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.


Projeto Araribá: História – 6° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.


Uno: Sistema de Ensino – História – 6° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.



VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.

Grécia Antiga: Esparta

a) Localização: sudoeste do Peloponeso, na região da Lacônia, cercada por montanhas e sem saída para o mar.


b) Formação: Por volta do século XII a.C., foi conquistada pelos dórios, povo guerreiro que deu à cidade suas principais características.




c) Aspectos Sociais:
I. Cidadãos, espartanos ou espartíatas - eram descendentes dos antigos dórios e formavam a classe dos iguais: aaristocracia. Só eles podiam participar da vida política da cidade, em uma assembleia chamada ápela.
II. Periecos - descendiam dos povos que se submeteram aos dórios. Eram homens livres que se dedicavam ao comércio e ao artesanato ou possuíam pequenas propriedades agrícolas, mas eram obrigados a cultivar um lote especial de sua propriedade para os reis espartanos. Em época de guerra, os periecos também participavam do exército.
III. Hilotas - população servil, descendente de povos que resistiram ao domínio dos dórios, sendo privados de seus bens e da liberdade. Formavam a maior parte da população. Eram obrigados a trabalhar nas terras do Estado e dos cidadãos espartanos e não podiam abandonar as terras. Como consequência disso, houve muitos conflitos entre espartanos e hilotas.


d) Aspectos Políticos:


Ø Diarquia - o poder era exercido por dois reis, que acumulavam funções militares e religiosas.


Ø Ápela - era mais uma reunião de soldados do que um lugar de debate político.


Ø Gerúsia - era uma espécie de conselho formado por 28 anciãos com mais de 60 anos, membros das famílias mais ricas. Sua função era a de elaborar as leis.


Ø Eforato - era formado por cinco membros, os éforos, que executavam as decisões da gerúsia. Eles eram eleitos pela assembleia de todos os cidadãos guerreiros.


Governo Oligárquico - A maior parte dos habitantes de Esparta não tinha nenhum tipo de participação política, pois vinham quase sempre de cidades conquistadas pelos espartanos, o que os levava a serem considerados inferiores. Por isso, o governo espartano era oligárquico, ou seja, exercido por uma minoria.


e) A educação dos espartanos e a formação dos cidadãos


Ø Quando nascia - A criança era levada ao lugar onde se reuniam os mais velhos, que a examinavam. Caso apresentasse alguma deformidade, o recém-nascido era morto. Se o considerassem saudável, ficava sob os cuidados da mãe. As crianças dedicavam-se ao exercício militar e habituavam-se a suportar o frio, o cansaço, a fome e uma disciplina bastante rigorosa.


Ø As meninas também praticavam atividades físicas, mas com o objetivo de gerar filhos fortes e saudáveis.


Ø Aos 7 anos - Os meninos espartanos eram levados para um tipo de quartel ou acampamento nas montanhas onde ficava aos cuidados do polemarco. Lá, eles aprendiam a ler, a contar e a escrever, além de estudar literatura e música. Também praticavam exercícios físicos para crescerem fortes e prontos para a guerra. Sua instrução incluía o manejo de armas, corridas, saltos, lançamentos de disco e de dardos, além de esgrima. Viviam descalços e com poucas roupas, em casernas sem conforto, para habituarem o corpo às dificuldades e às privações.


Ø Aos 16 anos - Os meninos também passavam por várias provas de iniciação era a críptia: à noite, eles deveriam buscar alimentos sem serem pegos. O objetivo mais importante da prova era fortalecer o caráter do jovem, que deveria saber como traçar estratégias para não ser capturado. Os que não fossem considerados aptos para a guerra caíam numa condição inferior dentro do grupo de espartanos. Depois de receber essa formação, era considerado cidadão com direito a participar da ápela.


Criptéia (Consistia numa matança periódica de hilotas. à noite, eles deveriam buscar alimentos sem serem pegos. O objetivo mais importante da prova era fortalecer o caráter do jovem, que deveria saber como traçar estratégias para não ser capturado. O medo presente entre os espartanos de uma grande rebelião dos hilotas, assim era importante controlar o seu crescimento populacional eliminando de tempos em tempos uma parcela. As kríptias também teriam uma grande importância na formação do soldado, já que através delas, Os jovens aprendizes poderiam viver a experiência de matar homens, necessidade constante de qualquer sociedade belicosa).


Ø Aos 18 anos - Voltavam para Esparta era considerado um soldado.


Ø Aos 20 anos - O jovem ingressava no exército.


Ø aos 30 anos - Recebia permissão para casar, mas visitava a esposa secretamente. Recebia de presente uma área de terra e alguns hilotas. Ficava proibido por lei de praticar outra atividade que não fosse a militar: todo espartíata era essencialmente guerreiro. Esparta possuía o exército mais poderoso da Grécia. Contava com 30 mil homens de infantaria (hoplitas) e 500 de cavalaria, sempre prontos para a guerra. Voltados para o combate, os cidadãos espartanos sobreviviam basicamente de produtos cultivados pelos hilotas.


Valores espartanos:


ü Guerra e preparação militar - Praticamente todas as atividades promovidas pelo Estado e pelos espartanos estavam direta ou indiretamente ligados a guerra, o ambiente era sempre marcado por jogos, exercícios, treinamentos e preparação para os confrontos. Morrer em uma guerra era uma honra para um espartano. Morrer de velhice ou de doença era desonroso. (Hoplita era, o soldado de infantaria pesada. Seu nome provém do grande escudo levado para as batalhas: o hóplon).


ü Patriotismo - O mais alto valor para um espartano deveria ser Esparta, sua pátria.


ü Xenofobia (aversão ao estrangeiro) - Poucos estrangeiros circulavam pela cidade e não eram vistos com bons olhos pelos espartanos que receavam a espionagem.


ü Eugênia - Os espartanos tinham uma preocupação muito grande com a qualidade da “raça”. Para que tivessem um exército forte era necessário a união material humano de primeira linha, dessa maneira, mantinham um acompanhamento cuidadoso a gravidez de suas mulheres que eram levadas a fazer exercícios para uma melhor gestação, ao nascer a criança era avaliada por uma comissão de anciãos que procuravam observar se o recém-nascido apresentava saúde perfeita, caso contrário, seriam executados (infanticídio).


ü Laconismo - Ao contrário dos atenienses, que desde muito cedo estudavam retórica e eloquência, objetivando o aprimoramento de seu discurso, em Esparta os soldados caracterizavam-se pelo hábito de falar pouco.


A mulher espartana


No mundo antigo, de um modo geral, as mulheres eram percebidas como inferiores aos homens, permanecendo sujeitas a sua vontade do nascimento até a morte.Em Esparta, especificamente, o gênero feminino apresentava pequenas regalias em relação ao restante da Grécia. Por ser responsável pela procriação - fornecimento de novos soldados, portanto -, a mulher de um cidadão era tratada com diversos cuidados durante sua gestação, praticando inúmeros exercícios físicos e recebendo o acompanhamento adequado.


REFERÊNCIAS


AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 6° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.


CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.


COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.


MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.


PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.


Projeto Araribá: História – 6° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.


Uno: Sistema de Ensino – História – 6° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.



VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.

Os Jesuítas no Brasil


São Miguel das Missões (RS)












O governo português e a Igreja eram aliados na empreitada de expandir a fé católica pelo mundo.
Ø Padroado - Dava ao rei o direito de exercer várias funções próprias da Igreja:
·        Cobrar o dízimo dos colonos
·        Pagar o salário dos padres, que se tornavam praticamente funcionários do governo;
·        Garantir a difusão e a consolidação do catolicismo por todo o Império Português;
·        Construir e conservar igrejas;
·        Organizar dioceses e nomear bispos.

OS JESUÍTAS NA AMÉRICA
Companhia de Jesus foi criada no contexto das Contra Reformas (século XVI).
Ø Fundada em 1534 por Inácio de Loiola.

Objetivos dos jesuítas:
ü Levar o catolicismo para as regiões recém descobertas Índia, China e África, principalmente à América. Conter o avanço do protestantismo nestas regiões;
ü Catequizar os índios americanos, transmitindo-lhes a língua portuguesa e espanhola, os costumes europeus e a religião católica;
ü Construir escolas católicas em diversas regiões do mundo;

A)   Os Jesuítas no Brasil colonial:
ü Atuaram na conversão das populações indígenas ao catolicismo.
ü Contribuíram para a ocupação do território com a fundação de vilas, como a Vila de Piratininga, atual cidade de São Paulo, fundada em 1554 pelos padres Manoel da NóbregaJosé de Anchieta.
ü Criação de colégios em Salvador, Natal, Olinda, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Vicente, São Paulo, Paranaguá e Laguna.

B)  As missões e os conflitos com os colonos
ü As missõesreduções ou aldeamentos eram comunidades indígenas organizadas pelos religiosos jesuítas.

ü Tinha por objetivo centralizar as tribos indígenas em um só local com o objetivo principal de torná-los cristãos.

C)   A Catequese
Os índios nas missões eram obrigados a abandonarem seus valores culturais como:
·        Politeísmo;
·        Antropofagia;
·        Cerimônias dirigidas pelos pajés;
·        Poligamia;
·        Nomadismo;
·        Idioma substituído pelo latim das orações católicas;
·        O ritmo de vida dos indígenas, em favor dos horários rígidos;

D)   A educação jesuíta
Os colégios criados pela Companhia de Jesus na América portuguesa ensinavam:
·        Retórica,
·        Humanidades,
·        Gramáticas grega e latina.
Os jesuítas também aprenderam a língua tupi, instrumento fundamental para que pudessem ensinar e catequizar a população nativa.
Os padres jesuítas sistematizaram por escrito a gramática tupi. Com esse esforço, foi possível preservar o patrimônio linguístico do tupi, ainda que a população indígena tenha sido dizimada ao longo da história.

E)   Atividades nas missões
ü Realizavam trabalhos agrícolas e artesanais voltados à subsistência e ao comércio com diferentes regiões da colônia.
ü Criavam animais (bois, cavalos, porcos e galinhas).
ü Praticavam a agricultura seguindo o modelo europeu e o extrativismo vegetal.
As riquezas obtidas com a venda desses produtos destinavam-se à manutenção das despesas da ordem religiosa responsável pela aldeia.

F)   O confronto entre padres e colonos
Ø Padres afirmavam que os gentios possuíam alma e deveriam ser salvos pela evangelização.
Ø Colonos defendiam o apresamento, pois sua venda como escravos era um negócio bastante lucrativo. Por isso, eram frequentes a invasão e a destruição de missões com o objetivo de saquear suas riquezas e escravizar os nativos.

G)  A “guerra justa” e o “resgate”

“Guerra justa” - era autorizada somente a captura de indígenas que realizassem ataques às vilas e às missões jesuíticas, que praticassem a antropofagia e que recusassem a catequização.

“Resgate” - estabeleceu que os índios já escravizados de outras aldeias, por terem sido capturados em conflitos intertribais, podiam ser resgatados pelos portugueses e deveriam permanecer como escravos nas propriedades.

H)   As visitações na América portuguesa

Igreja católica procurou aumentar o controle sobre as crenças e práticas religiosas dos colonos por meio do Tribunal do Santo Ofício durante a Contrarreforma. Toda e qualquer manifestação religiosa que não fosse católica poderia ser considerada idolatria ou heresia, e seria severamente punida.

Visitações - visitas realizadas pelos representantes da Inquisição.
ü Objetivo: era identificar aqueles que realizavam cultos pagãos ou professavam outras religiões, como os judeus e os muçulmanos, e encaminhá-los para a metrópole, onde seriam julgados e punidos.
ü As punições - para os hereges eram diversas e variavam de acordo com a prática:
·        Multas em dinheiro;
·        Flagelações;
·        Degredo;
·        Confisco parcial ou total de bens;
·        Morte pela fogueira;
A ação da Inquisição nos primeiros séculos da colonização contribuiu para a destruição de culturas indígenas e africanas.

I)      A expulsão dos jesuítas
Ao longo do período colonial, os jesuítas foram protagonistas de vários conflitos.
Ø Divergirem dos colonos sobre a escravização dos indígenas, o governo português acusava a ordem religiosa de alimentar projetos políticos contrários aos interesses da Coroa.
Ø O poder, a riqueza e a liberdade de ação da Companhia de Jesus eram tão amplos que ela chegava a ser comparada a um verdadeiro Estado.

Em 1759, o primeiro-ministro de Portugal, o marquês de Pombal, ordenou a expulsão dos jesuítas de todos os territórios portugueses. Segundo o marquês, era preciso separar os interesses do Estado dos objetivos religiosos.
Ø As instituições de ensino jesuítas foram então extintas, e o governo assumiu a responsabilidade pela educação na colônia.
Ø Não havia, porém um projeto educacional para substituir aquele utilizado pelos jesuítas. O Estado precisou recorrer aos padres de outras ordens religiosas e mesmo a pessoas formadas pelas escolas da Companhia de Jesus.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 7° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 7° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.

VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.