a) Localização: sudoeste do Peloponeso, na região da Lacônia, cercada por montanhas e sem saída para o mar.
b) Formação: Por volta do século XII a.C., foi conquistada pelos dórios, povo guerreiro que deu à cidade suas principais características.
c) Aspectos Sociais:
I. Cidadãos, espartanos ou espartíatas - eram descendentes dos antigos dórios e formavam a classe dos iguais: aaristocracia. Só eles podiam participar da vida política da cidade, em uma assembleia chamada ápela.
II. Periecos - descendiam dos povos que se submeteram aos dórios. Eram homens livres que se dedicavam ao comércio e ao artesanato ou possuíam pequenas propriedades agrícolas, mas eram obrigados a cultivar um lote especial de sua propriedade para os reis espartanos. Em época de guerra, os periecos também participavam do exército.
III. Hilotas - população servil, descendente de povos que resistiram ao domínio dos dórios, sendo privados de seus bens e da liberdade. Formavam a maior parte da população. Eram obrigados a trabalhar nas terras do Estado e dos cidadãos espartanos e não podiam abandonar as terras. Como consequência disso, houve muitos conflitos entre espartanos e hilotas.
d) Aspectos Políticos:
Ø Diarquia - o poder era exercido por dois reis, que acumulavam funções militares e religiosas.
Ø Ápela - era mais uma reunião de soldados do que um lugar de debate político.
Ø Gerúsia - era uma espécie de conselho formado por 28 anciãos com mais de 60 anos, membros das famílias mais ricas. Sua função era a de elaborar as leis.
Ø Eforato - era formado por cinco membros, os éforos, que executavam as decisões da gerúsia. Eles eram eleitos pela assembleia de todos os cidadãos guerreiros.
Governo Oligárquico - A maior parte dos habitantes de Esparta não tinha nenhum tipo de participação política, pois vinham quase sempre de cidades conquistadas pelos espartanos, o que os levava a serem considerados inferiores. Por isso, o governo espartano era oligárquico, ou seja, exercido por uma minoria.
e) A educação dos espartanos e a formação dos cidadãos
Ø Quando nascia - A criança era levada ao lugar onde se reuniam os mais velhos, que a examinavam. Caso apresentasse alguma deformidade, o recém-nascido era morto. Se o considerassem saudável, ficava sob os cuidados da mãe. As crianças dedicavam-se ao exercício militar e habituavam-se a suportar o frio, o cansaço, a fome e uma disciplina bastante rigorosa.
Ø As meninas também praticavam atividades físicas, mas com o objetivo de gerar filhos fortes e saudáveis.
Ø Aos 7 anos - Os meninos espartanos eram levados para um tipo de quartel ou acampamento nas montanhas onde ficava aos cuidados do polemarco. Lá, eles aprendiam a ler, a contar e a escrever, além de estudar literatura e música. Também praticavam exercícios físicos para crescerem fortes e prontos para a guerra. Sua instrução incluía o manejo de armas, corridas, saltos, lançamentos de disco e de dardos, além de esgrima. Viviam descalços e com poucas roupas, em casernas sem conforto, para habituarem o corpo às dificuldades e às privações.
Ø Aos 16 anos - Os meninos também passavam por várias provas de iniciação era a críptia: à noite, eles deveriam buscar alimentos sem serem pegos. O objetivo mais importante da prova era fortalecer o caráter do jovem, que deveria saber como traçar estratégias para não ser capturado. Os que não fossem considerados aptos para a guerra caíam numa condição inferior dentro do grupo de espartanos. Depois de receber essa formação, era considerado cidadão com direito a participar da ápela.
Criptéia (Consistia numa matança periódica de hilotas. à noite, eles deveriam buscar alimentos sem serem pegos. O objetivo mais importante da prova era fortalecer o caráter do jovem, que deveria saber como traçar estratégias para não ser capturado. O medo presente entre os espartanos de uma grande rebelião dos hilotas, assim era importante controlar o seu crescimento populacional eliminando de tempos em tempos uma parcela. As kríptias também teriam uma grande importância na formação do soldado, já que através delas, Os jovens aprendizes poderiam viver a experiência de matar homens, necessidade constante de qualquer sociedade belicosa).
Ø Aos 18 anos - Voltavam para Esparta era considerado um soldado.
Ø Aos 20 anos - O jovem ingressava no exército.
Ø aos 30 anos - Recebia permissão para casar, mas visitava a esposa secretamente. Recebia de presente uma área de terra e alguns hilotas. Ficava proibido por lei de praticar outra atividade que não fosse a militar: todo espartíata era essencialmente guerreiro. Esparta possuía o exército mais poderoso da Grécia. Contava com 30 mil homens de infantaria (hoplitas) e 500 de cavalaria, sempre prontos para a guerra. Voltados para o combate, os cidadãos espartanos sobreviviam basicamente de produtos cultivados pelos hilotas.
Valores espartanos:
ü Guerra e preparação militar - Praticamente todas as atividades promovidas pelo Estado e pelos espartanos estavam direta ou indiretamente ligados a guerra, o ambiente era sempre marcado por jogos, exercícios, treinamentos e preparação para os confrontos. Morrer em uma guerra era uma honra para um espartano. Morrer de velhice ou de doença era desonroso. (Hoplita era, o soldado de infantaria pesada. Seu nome provém do grande escudo levado para as batalhas: o hóplon).
ü Patriotismo - O mais alto valor para um espartano deveria ser Esparta, sua pátria.
ü Xenofobia (aversão ao estrangeiro) - Poucos estrangeiros circulavam pela cidade e não eram vistos com bons olhos pelos espartanos que receavam a espionagem.
ü Eugênia - Os espartanos tinham uma preocupação muito grande com a qualidade da “raça”. Para que tivessem um exército forte era necessário a união material humano de primeira linha, dessa maneira, mantinham um acompanhamento cuidadoso a gravidez de suas mulheres que eram levadas a fazer exercícios para uma melhor gestação, ao nascer a criança era avaliada por uma comissão de anciãos que procuravam observar se o recém-nascido apresentava saúde perfeita, caso contrário, seriam executados (infanticídio).
ü Laconismo - Ao contrário dos atenienses, que desde muito cedo estudavam retórica e eloquência, objetivando o aprimoramento de seu discurso, em Esparta os soldados caracterizavam-se pelo hábito de falar pouco.
A mulher espartana
No mundo antigo, de um modo geral, as mulheres eram percebidas como inferiores aos homens, permanecendo sujeitas a sua vontade do nascimento até a morte.Em Esparta, especificamente, o gênero feminino apresentava pequenas regalias em relação ao restante da Grécia. Por ser responsável pela procriação - fornecimento de novos soldados, portanto -, a mulher de um cidadão era tratada com diversos cuidados durante sua gestação, praticando inúmeros exercícios físicos e recebendo o acompanhamento adequado.
REFERÊNCIAS
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CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.
MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Projeto Araribá: História – 6° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.
Uno: Sistema de Ensino – História – 6° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.
VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
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