Entre os achados na área da arqueologia anunciados todos os anos, quais seriam os que revolucionaram a ciência? Aqueles que descobriram como era o nosso passado, desvendaram a evolução da espécie ou colocaram mais dúvidas no quebra-cabeça sobre a civilização humana na Terra. Uma missão entre tantos objetos intactos, cidades inteiras e seres escavados. Mas não impossível. Com a ajuda do arqueólogo Pedro Paulo Abreu Funari, atual professor do Departamento de História da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e membro de instituições internacionais do mundo inteiro, selecionamos as dez maiores descobertas da arqueologia de todos os tempos - ou até hoje.
De acordo com Funari, a importância de uma descoberta é maior quanto mais excepcional ela é - rara, peças encontradas em série ou em ótimo estado de conservação. A questão é: como os arqueólogos explicam a funcionalidade de objetos? Ou como aferem significado a produções como as pinturas rupestres - desenhos feitos pelos homens há milhares de anos? "Quando não existe nada escrito por aquele povo explicando o significado, são elaboradas hipóteses", explica o professor. "Algumas parecem mais seguras. As pinturas rupestres de pessoas dançando em torno de um toten foram interpretadas de acordo com o comportamento de certas tribos indígenas atuais. Pode ser uma prática social semelhante relacionada a divindades", conta. Nesse caso, os cientistas procuram, em povos que possuem costumes mais antigos, situações parecidas para explicar os achados.
Apesar de tudo o que foi escavado até hoje ou que se perdeu por inúmeros motivos, ainda há muito o que ser descoberto. "A quantidade de coisas que estão enterradas em qualquer lugar do mundo é muito grande. Na Europa, os romanos construíram diversos edifícios imensos. Em São Paulo, qualquer buraco que o Metrô faz para realizar novas estações encontra objetos", conta Funari. Atualmente, a tecnologia ajuda a descobrir se há preciosidades enterradas no solo e, depois, datar com mais precisão ou estudar o interior do ser ou objeto com menos invasão. "Conseguimos até verificar vestígios de comida em vasos antigos de cerâmica ou o que a pessoa comeu por meio dos restos mortais", afirma o pesquisador.
Veja as dez maiores descobertas da arqueologia:
10 - Busto de Nefertiti
Geralmente, os egípcios eram representados com a mesma fisionomia. Diferente desse costume, a imagem da bonita mulher do rei Akhenaton, predecessor do monoteísmo dos judeus, não foi idealizada. Ao que tudo indica, é uma cópia da feição da rainha.
09 - Jericó
Alguns estudiosos afirmam que é a cidade mais antiga do mundo, habitada desde 7 mil a.C e citada na Bíblia. De acordo com a publicação, as muralhas que circundavam Jericó, encontradas por pesquisadores, teriam sido destruídas pelo toque de trombetas.
08 - Lucy
O fóssil de um hominídeo feminino, apelidado de Lucy, foi o primeiro esqueleto mais completo de um antigo ancestral direto do homem de hoje encontrado. Estima-se que ela viveu há 3,2 milhões de anos e andava em pé. Sua descoberta ajuda a desvendar aevolução da espécie humana.
07 - Luzia
O crânio de 11.500 anos de uma mulher (Homo sapiens), desenterrado em Minas Gerais, revolucionou as teorias sobre a ocupação do continente americano. Sugeriu que os humanos com traços negróides migraram para a América três milênios antes dos antecessores dos índios.
06 - Palenque
Quando os espanhóis chegaram à América, os maias já haviam abandonado suas cidades. Na Península de Yucatán (México), em meio a uma floresta tropical, Palenque é uma das zonas arqueológicas mais importantes de vestígios maias. Foi descoberta no século 19.
05 - Parque Nacional Serra da Capivara
O homem já vivia na região do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, há 100 mil anos - foram cadastrados 1.301 sítios arqueológicos e 292 vestígios como aldeias. No local, duas figuras rupestres possuem 36 mil anos. "A descoberta derrubou a teoria de que a América do Norte teria sido povoada inicialmente e somente por volta de 15 mil anos atrás os homens teriam chegado à América do Sul", explica a arqueóloga Niéde Guidon, diretora presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham).
04 - Pedra Roseta
A Pedra Roseta não foi encontrada por arqueólogos, mas por uma expedição de Napoleão Bonaparte ao Egito no final de 1799. Um decreto escrito em hieróglifos, demótico e grego foi gravado na pedra em 196 a.C. Assim, conseguiu-se traduzir os hieróglifos.
03 - Pompeia
Dia 24 de agosto de 79, Plínio, com cerca de 20 anos, descreveu a erupção do vulcão Vesúvio da cidade de Miseno, há 30 km de Pompeia (Itália). No século 18 a história tida como lenda revelou-se verdadeira. Uma cidade inteira - construções, objetos pessoais, pinturas - de 10 mil habitantes manteve-se praticamente intacta abaixo de 40 metros do solo.
02 - Roma
A também italiana Roma, fundada no século 8 a.C, é o berço do Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.). "No subsolo da cidade existe muita coisa, a cada metro de profundidade volta-se no tempo. Oito metros abaixo do nível atual do solo estão objetos e ruínas de dois mil anos atrás", conta Funari.
01 - Tumba de Tutankamon
O faraó egípcio Tutankamon faleceu jovem, por isso reinou por pouco tempo. Mas a sua tumba é considerada uma preciosidade, foi a única de um faraó encontrada, no século 20, completamente preservada por 3 mil anos. A maioria foi saqueada na antiguidade. Junto com o corpo estava o sarcófago, o enxoval - objetos enterrados junto com os reis - e pinturas nas paredes, entre outros bens, inclusive um feto.
Fonte: Yahoo
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