quinta-feira, 16 de julho de 2015

"A cultura do Renascimento na Itália" de Jacob Burckhardt.




Em "A cultura do Renascimento na Itália" (1991, Cia das Letras, Trad. Sérgio Tellaroli e Int. Peter Burke, 448 págs) do suíço Jacob Burckhardt (1818-1897), um dos melhores e mais completos ensaios que, ao mesmo tempo, possui surpreendente qualidade literária em meio a profunda e ampla análise do período. E por isso se firmou como obra de referência na História e historiografia sobre o período do Renascimento dos séculos XIV ao XVI.

A obra dividida em 6 partes (1) "O Estado como obra de arte", (2) "O desenvolvimento do indivíduo", (3) "O redespertar da antiguidade", (4) "O descobrimento do mundo e do homem", (5) "A sociabilidade e as festividades" e (6) "Moral e religião" resulta do extraordinário trabalho de Burckhardt, tornando-se obra de incontestável valor e referência-marco obrigatório a toda e qualquer outra ou trabalho ou pesquisa que trate do Renascimento italiano.

Sinopse: "'A cultura do Renascimento na Itália', assinala um ponto crucial na historiografia moderna. Publicado em pequena tiragem em 1860, este livro viu sua importância crescer gradativamente, até se tornar, na virada do século, um texto fundamental de referência não só para historiadores, mas também para filósofos e críticos de arte. A Cultura do Renascimento na Itália, considerada a obra-prima de Burckhardt, assinala um ponto crucial na historiografia moderna. Publicado em 1860, este livro viu sua importância crescer gradativamente, até se tornar, na virada do século, um texto fundamental de referência não só para historiadores, mas também para filósofos e críticos de arte. O estilo fluente e expressivo de Burckhardt, sua concepção da historiografia como arte, sua confiança na própria intuição psicológica e estética, sua estraordinária capacidade de síntese foram decisivas para a geração que tentava se libertar das grandes tradições acadêmicas do século XIX, ou seja, o positivismo e o hegelianismo. Burckhardt recusava, da corrente positivista, a fé na coleta indiferenciada de pretensos dados objetivos; da tradição hegeliana, ainda que dela não recusasse o conceito de "espírito da época", o historiador suíço rejeitava a visão da história como progresso contínuo. Por isso, à narrativa diacrônica, Burckhardt prefere a pintura dos grandes afrescos, em que procura identificar os elementos de continuidade de períodos bastantes extensos. Neste ensaio, por exemplo, a história política, cultural e religiosa da Itália dos séculos XIV, XV e XVI é unificada por um fio condutor que nela identifica o surgimento do individualismo moderno, idéia central para muitas pesquisas posteriores, de Max Weber a Ernst Cassirer.A significativa influência de Burckhardt deveu-se também aos cursos que ele ministrou regularmente, primeiro em Zurique e depois na Basiléia, de 1855 até sua morte, em 1897. A suas aulas corriam alunos de todos os cantos da Europa - entre outros, Friedrich Nietzsche e Heinrich Wölfflin, o futuro fundador da escola crítica da "visibilidade pura". Burckhardt foi um conferencista brilhante, tanto que Nietzsche afirma ter se entusiasmado pela primeira vez numa palestra graças a ele. A extrema vivacidade da escrita desta Cultura do Renascimento parece reter algo da fala encantatória daquelas aulas."

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