sábado, 28 de março de 2015

Palestra: Guerra e Economia: as origens dos conflitos militares modernos







Palestra realizada na UNICAMP discute problemas como o surgimento das primeiras fábricas de armas e a generalização de ideias de superioridade étnica/racial/nacional pela Europa e os Estados Unidos - e os diversos genocídios levados a cabo ao longo desse período são analisados, formando uma imagem de como viemos parar onde estamos hoje. A temática central é explorar como mudou a relação entre a guerra e a economia durante todo o século XIX até a eclosão da Primeira Guerra Mundial.

Apresentação: Prof. Dr. Eduardo Barros Mariutti (IE/Unicamp)
Palestrante: Thomas Victor Conti (Doutorando IE/Unicamp)

Descrição:
O Longo Século XIX é interpretado por muitos historiadores como um período "relativamente pacífico", um resultado dos efeitos do papel hegemônico que a Inglaterra desempenhara no mundo, formando a Pax Britannica. 
Contudo, se olharmos para os números do período veremos como ele foi marcado por genocídios e conflitos militares de escalas dantescas que a história mundial desconhecia desde as invasões do Império Mongol de Genghis Khan no século XIII. A Rebelião de Taiping na China (~20 milhões de mortos), o genocídio Belga no Congo (~10 milhões de mortos), o holocausto de fome britânico na Índia (~10 milhões de mortos), a Guerra Civil Americana (~1 milhão de mortos e feridos), a Primeira Guerra Mundial (~16 milhões de mortos) dentre centenas de outros conflitos
- conflitos e guerras cujo padrão continuaria a rasgar cicatrizes no mundo do século XX, com as duas guerras mundiais, o holocausto, a Grande Guerra na África, as crises de fome na China e na URSS, dentre muitos outros. É ao olharmos mais de perto o processo onde Economia e Guerra se combinaram no século XIX que, assim esperamos, poderemos compreender melhor como chegamos até aqui.

As reflexões desta apresentação são baseadas na minha dissertação de mestrado recém defendida no programa de História Econômica do IE-Unicamp:
CONTI, T. V. Guerras Capitais – um estudo sobre as transformações na competição econômica e na rivalidade política internacional: a Hegemonia da Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a Alemanha de 1803 à 1914. Campinas: IE/Unicamp (Dissertação de Mestrado). 245pgs.

Thomas Victor Conti atualmente é Doutorando em História Econômica pelo Instituto de Economia da UNICAMP, possui título de Mestre em Economia e é graduado em Ciências Econômicas pela mesma instituição. Pesquisa nas áreas de economia internacional, economia política e história econômica.
Currículo Lattes: http://goo.gl/VZQOZD

Dica de Filme #3: O LADO BOM DA VIDA




Silver Linings Playbook (O Lado Bom da Vida (título no Brasil) ou Guia para um Final Feliz (título em Portugal)) é um filme estadunidense de comédia dramática e comédia romântica dirigido por David O. Russell.4 É uma adaptação cinematográfica do romance de mesmo nome publicado por Matthew Quick.5 A trama é estrelada por Bradley Cooper e Jennifer Lawrence, e conta com Robert De Niro, Jacki Weaver, Anupam Kher, Julia Stiles e Chris Tucker nos papéis secundários.

Silver Linings Playbook foi exibido pela primeira vez no Festival Internacional de Cinema de Toronto em 8 de setembro de 2012, com a sua estreia oficial ocorrendo nos Estados Unidos em 16 de novembro do mesmo ano. Em Portugal, sua estreia ocorreu em 10 de janeiro de 2013, e no Brasil em 1º de fevereiro do mesmo ano.2 3 O filme recebeu críticas muito positivas da mídia especializada, obtendo uma aprovação de 92% no agregador de resenhas Rotten Tomatoes, e de 81% no Metacritic.6 7 Recebeu quatro indicações ao Globo de Ouro, vencendo apenas a de Melhor Atriz - Comédia ou Musical.8 9 Silver Linings Playbook também recebeu oito nomeações ao Oscar, concorrendo nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição.10 Mas venceu apenas a de Melhor Atriz, com Jennifer Lawrence faturando a estatueta.

Pat Solatano (Bradley Cooper), que tem transtorno bipolar, é enviado de um sanatório para a casa de seus pais, depois de oito meses de tratamento. Determinado a reconstruir sua vida, Pat deseja retomar seu casamento, e superar todos os problemas que passou. Ele descobre que sua esposa Nikki (Brea Bee), afastou-se e obteve uma ordem de restrição contra ele após um episódio violento que o mandou embora. Seu pai, Pat Sr. (Robert De Niro), está desempregado e recorrendo à apostas para conseguir levantar algum dinheiro para a construção de um restaurante.

Por ordem judicial, Pat deve ter consultas regulares com o terapeuta Dr. Patel (Anupam Kher), que avalia o progresso de seu paciente. Durante essas sessões, Pat explica novamente porque foi hospitalizado. Voltando para casa mais cedo, após o seu trabalho como professor de história em uma escola do ensino médio, ele flagra Nikki em seu chuveiro, tendo relações sexuais com outro professor, com a música de casamento dos dois, "My Cherie Amour" de Stevie Wonder, sendo tocada no aparelho de som. Enfurecido, ele quase bateu no homem até a morte. Apesar disso, Pat não acredita que precise de medicação para gerenciar sua condição.

Ao jantar com seu amigo Ronnie (John Ortiz), ele conhece sua cunhada, Tiffany Maxwell (Jennifer Lawrence), uma jovem viúva viciada em sexo; que também passa por problemas psicológicos depois de perder seu marido e ser demitida. Pat e Tiffany desenvolvem uma estranha amizade através de seus comportamentos incomuns, e ele logo vê a oportunidade de comunicar-se com Nikki através dela. Ele convence Tiffany a entregar uma carta que havia escrito à sua esposa, porém em troca, ele terá que ser o parceiro dela em uma competição de dança que está por vir. Os dois rapidamente começam a ensaiar incessantemente. Pat acredita que a competição será uma boa maneira de mostrar a Nikki que ele mudou e se tornou em um homem melhor. Durante as semanas de treinamento, Tiffany entrega para Pat uma carta digitada por sua ex-esposa, onde ela sugere cautela, podendo dar uma oportunidade para reconciliação entre os dois, caso ele prove que mudou.

As coisas vão seguindo-se normalmente, até que seu pai pede para ele ir ao estádio de futebol americano ver o jogo do Eagles, time no qual ele havia apostado todo o seu dinheiro; pois considerava-o como seu "amuleto da sorte". No início ele recusou, pois o horário do jogo era o mesmo em que tinha os ensaios com Tiffany. O Pat Sr. havia pedido para seu filho ir, pois estava proibido de entrar novamente no estádio após envolver-se em uma briga. Pat e seu irmão, Jake Solitano (Shea Whigham) vão ao local, porém acabam entrando em uma briga, e são levados pela polícia de volta para casa. Os The Eagles perdem o jogo e Pat Sr. fica furioso. Repentinamente, Tiffany chega na casa de Pat furiosa por ele ter faltado aos ensaios. Pat Sr. começa a acreditar que o fato de Pat estar andando com Tiffany fez com que seu time perdesse. Ela contradiz, e argumenta que todas as vezes em que os dois estiveram juntos, o seu time venceu; ela acrescenta que sabe "interpretar sinais", e que o The Eagles teriam vencido se Pat não tivesse ido ao estádio e ficasse treinando para o concurso de dança. Pat Sr. ficou convencido, e resolve apostar mais uma vez com seu amigo, Randy (Paul Herman), com o qual havia perdido todo o seu dinheiro, o "dobro ou nada". Uma aposta acumulada, em que para vencer, o Eagles teria que vencer o próximo jogo (que seria o último da temporada), e Pat e Tiffany teriam que conseguir pelo menos uma nota cinco na competição de dança. Após isso, Pat fica relutante quanto a sua participação no concurso, pois não queria fazer parte dessa aposta. Ele decide reler a carta escrita por Nikki, e, após analisar, percebe que foi Tiffany, e não sua ex-esposa que escreveu a carta.

Pat, Tiffany e todos os outros chegam à competição, que ocorria na mesma noite do jogo de futebol. Ao ver que Nikki compareceu ao concurso de dança, Tiffany fica estarrecida, pois estava apaixonada por Pat e não queria perdê-lo. Durante a competição, o Eagles vence o jogo. Pat acaba encontrando Tiffany no bar, onde está bebendo, e consegue convencê-la a ir a pista de dança, onde eles iniciam o seu número. No final, eles conseguem uma média exata de cinco.

Em meio aos aplausos e comemoração de sua família e dos olhares confusos da multidão, Pat aproxima-se de Nikki e conversa baixinho em seu ouvido. Tiffany vê a cena e sai do local. Pat afasta-se de sua ex-esposa após uma conversa rápida, sai, no intuito de encontrar Tiffany. Ele vai atrás dela e diz-lhe que sabe que ela forjou a carta de Nikki. Pat diz a Tiffany que se apaixonou por ela a partir do momento em que se conheceram, mas que demorou muito tempo para dizer, e os dois acabam se beijando. Eles se tornam um casal e Pat Sr. abre um restaurante com o dinheiro que ganhou.

Silver Linings Playbook foi bastante elogiado pelos críticos especializados em cinema. O agregador de resenhas Rotten Tomatoes deu ao filme uma aprovação de 92%, baseando-se em 226 críticas recolhidas, com uma nota média de 8.1/10. O consenso do site diz o seguinte: "Silver Linings Playbook anda na corda bamba com uma temática complicada, mas a direção sensível de David O. Russell e alguns trabalhos afiados de um talentoso elenco dão ao filme o verdadeiro equilíbrio". No Metacritic, a trama obteve uma média de 81/100 com base na opinião de 45 críticos. Esse percentual é considerado pelo site "aclamação universal".

No Brasil, o filme também recebeu críticas bastante positivas. Getro Guimarães do Pipoca Moderna destacou a química entre Cooper e Lawrence, a performance de De Niro e a direção de Russell. Ele ainda escreveu em sua resenha que Silver Linings Playbook poderia ser considerada como uma comédia romântica convencional, mas que também registra a possibilidade de equilíbrio em meio às neuroses, concluindo: "o filme ainda passa uma bela mensagem de superação, que é preciso saber lidar com as frustrações, não se abater e seguir em frente, pois, nem sempre o universo conspira a favor". Ele terminou classificando o filme com quatro estrelas de cinco possíveis.



Para quem gosta de: Amor para Recordar, As Vantagens de Ser Invisível.

Nota: 4 de 5.

terça-feira, 24 de março de 2015

Banco de Questões #1: Revolução Inglesa

01.
Leia o texto:

“Se analisarmos as duas revoluções burguesas consideradas como modelos clássicos (...) ¾ a Revolução Inglesa de 1640 e a Revolução Francesa de 1789 ¾o que chama a atenção é o fato de que não foi a burguesia a classe que conduziu o movimento à vitória final. Esta observação não invalida o caráter revolucionário da burguesia nesses movimentos. Em ambos, nos momentos em que a contra-revolução é mais ativa, não foi a burguesia que garantiu a continuidade dos processos revolucionários.”

MARQUES, A. et al. História Contemporânea através de textos.

Em ambos os movimentos, a ação mais radical, democrática e igualitária, decisiva na derrota das forças contra-revolucionárias, foi representada, RESPECTIVAMENTE, pelos:



A)
Setores mais radicais de gentry e pelos Termidorianos

B)
Puritanos e Girondinos

C)
Niveladores e Escavadores e sans-culottes

D)
Líderes do Novo Exército Modelo e pelos Montanheses e Girondinos



Resposta: Letra C





02.
“Uma grande parte dos cavaleiros e gentil-homens da Inglaterra (...) aderira ao rei Carlos I. (...) Do lado do Parlamento estavam uma pequena parte da pequena nobreza de muitos dos condados e a maior parte dos comerciantes e proprietários, especialmente nas corporações e condados dependentes do fabrico de tecidos e de manufaturas desse tipo (...) Os proprietários e comerciantes são a força da religião e do civismo no país; e os gentil-homens, os pedintes e os arrendatários servis são a força da iniqüidade”.

Depoimento de Baxter, puritano inglês.
Christopher HILL, A Revolução Inglesa de 1640. (Adaptação)

O testemunho acima ilustra, em parte, as polarizações sociais e políticas que caracterizaram o processo revolucionário inglês no século XVII.

Dentre as afirmativas abaixo, assinale a ÚNICA QUE NÃO APRESENTA de modo correto uma característica dessa revolução:



A)
Dela resultou o enfraquecimento do poder do soberano, contribuindo para a afirmação das prerrogativas e interesses dos grupos que apoiavam o fortalecimento das atribuições do Parlamento.

B)
ela ocasionou uma violenta guerra civil que opôs forças ligadas à realeza àquelas envolvidas com o ideal parlamentar.

C)
ele representou um dos primeiros grandes abalos nas práticas do absolutismo monárquico na Europa, simbolizado não só pelo julgamento mas, principalmente, pela decapitação do monarca Carlos I.

D)
ela estimulou a crescente aplicação de mecanismos restritivos às relações comerciais dos colonos americanos, sendo responsável pelo sentimento anti-metropolitano que levou à emancipação das 13 colônias.



Resposta: Letra D


03.
No processo revolucionário inglês do século XVII ¾  a Revolução Inglesa ¾ o governo de Oliver Cromwell foi responsável:



A)
pela incorporação dos anseios radicais de niveladores e escavadores nas ações governamentais, ampliando o acesso à terra às camadas populares.


B)
pelo repúdio às iniciativas mercantis, expresso na promulgação dos Atos de Navegação, que excluía os estrangeiros do comércio com o país.


C)
pelo atendimento das necessidades das camadas médias, expresso nas dificuldades impostas ao desenvolvimento dos cercamentos.


D)
pela consecução de medidas que atenderam aos interesses da gentry e da burguesia, como a ampliação das áreas coloniais e o confisco das terras da Igreja Anglicana.



Resposta: Letra D

04.
Leia o texto:

“Cromwell foi chamado, com certa razão, o Robespierre e o Napoleão da Revolução Inglesa. Como o primeiro, conduziu a revolução à vitória e, como o segundo, esmagou a democracia, preservando seu caráter original”.

FLORENZANO, Modesto. As Revoluções Burguesas.

O texto acima pode ser considerado:



A)
VERDADEIRO, na medida em que o governo de Cromwell consolidou o papel fundamental do Parlamento na condução do processo político inglês e instituiu um governo baseado na ampla soberania popular.

B)
VERDADEIRO, já que Cromwell simboliza os interesses burgueses e, como tal, esmaga os movimentos populares e estimula as atividades econômicas do país.

C)
FALSO, já que o governo de Cromwell foi extremamente autoritário, embora apoiado nas reivindicações populares de grupos como os levellers e os diggers.

D)
FALSO, já que ao contrário de Napoleão, Cromwell buscou o apoio da burguesia ao tomar medidas econômicas relevantes como a criação do Banco da Inglaterra para sanear as finanças do país.



Resposta: Letra B


05.
Leia o texto:

“(...) Os Lords espirituais e temporais e os Comuns, hoje, 22 de janeiro de 1689, reunidos (...) declaram (...)

1.        que o pretenso direito da autoridade real de suspender as leis ou a sua execução é ilegal
2.        que o pretenso direito da autoridade real de se dispensar das leis ou da sua execução é ilegal (...)
4.        que qualquer levantamento de dinheiro para a Coroa ou para seu uso (...) sem o consentimento do Parlamento é ilegal (...)”

No contexto do processo revolucionário inglês do século XVII, o documento acima:



A)
restaura o poder absolutista dos monarcas ingleses, legitimado pela Teoria do Direito Divino.

B)
instaura a monarquia parlamentar, onde os poderes reais ficam submetidos ao Parlamento.

C)
inaugura o sistema democrático de governo, onde o sufrágio universal passa a ser o instrumento de legitimação do poder real.

D)
estabelece a submissão da religião ao controle do Estado, transformando o clero anglicano em contingente do funcionalismo público.



Resposta: Letra B
06.
Durante o século XVII, a Inglaterra foi convulsionada por um movimento político-social conhecido como Revolução Inglesa. São acontecimentos relacionados a esse processo revolucionário, EXCETO:





A)
a ascensão e consolidação do poder dos Niveladores, grupo político que propunha reformas democráticas para o país.


B)
a condenação e posterior execução do rei Carlos I, estabelecendo-se, para o país, o regime republicano.


C)
as limitações impostas ao absolutismo pela ação do Parlamento.


D)
os confrontos entre os partidários da Coroa e o Novo Exército Modelo, durante a Guerra Civil.




Resposta: Letra A


07. A Revolução Inglesa do século XVII transformou a estrutura política, social e econômica daquele país. Em termos políticos, essa Revolução significou:

A)       a adoção de uma política externa conciliadora em relação aos espanhóis
B)       a predominância da forma católica do Anglicanismo
C)      a afirmação do individualismo e da teoria do contrato
D)      o predomínio da burguesia

Resposta: Letra C


08. Leia o trecho:

"Cromwell foi chamado, com certa razão, o Robespierre e o Napoleão da Revolução Inglesa. Como o primeiro, conduziu a revolução à vitória e, como o segundo, esmagou a democracia, preservando o seu caráter original."
                                                            Modesto FLORENZANO.

Considerando as idéias contidas no trecho e as Revoluções Inglesa e Francesa, é possível afirmar que o "caráter original" mencionado refere-se:

A)           às propostas democráticas dos pensadores iluministas, os quais defendiam a construção de uma sociedade igualitária em substituição ao Antigo Regime.
B)           às tendências autoritárias dos dois líderes, representantes dos interesses da nobreza togada e das forças realistas na Inglaterra e na França
C)           à construção de uma sociedade liberal, fundamentada na igualdade civil e no sufrágio censitário, de acordo com as pretensões burguesas
D)           à derrubada dos regimes absolutistas e sua substituição por Estados Nacionais centralizados , onde a autoridade fosse exercida por um déspota esclarecido

Resposta: Letra C


09. Leia o trecho:

"Cromwell foi chamado, com certa razão, o Robespierre e o Napoleão da Revolução Inglesa. Como o primeiro, conduziu a revolução à vitória e, como o segundo, esmagou a democracia, preservando o seu caráter original."
     
                                                      Modesto FLORENZANO.

Considerando as idéias contidas no trecho e as Revoluções Inglesa e Francesa, é possível afirmar que o "caráter original" mencionado refere-se:

A)       às propostas democráticas dos pensadores iluministas, os quais defendiam a construção de uma sociedade igualitária em substituição ao Antigo Regime.

B)       às tendências autoritárias dos dois líderes, representantes dos interesses da nobreza togada e das forças realistas na Inglaterra e na França

C)      à construção de uma sociedade liberal, fundamentada na igualdade civil e no sufrágio censitário, de acordo com as pretensões burguesas

D)      à derrubada dos regimes absolutistas e sua substituição por Estados Nacionais centralizados , onde a autoridade fosse exercida por um déspota esclarecido

Resposta: Letra C


10. De acordo com vários historiadores, a Revolução Inglesa abriu as condições para a instauração do capitalismo, via Revolução Industrial, na medida em que

A)      criou as manufaturas simples, incentivou a produção de gêneros tropicais e organizou o sistema colonial

B)        promoveu a substituição do Estado liberal pelo Estado absolutista, organizou o exército do Parlamento e consolidou os interesses da nobreza

C)      estabeleceu a plena propriedade privada sobre a terra, permitiu à marinha inglesa controle sobre os mercados mundiais e proletarizou uma grande massa de pessoas

D)      implantou uma república parlamentar, possibilitou a emergência de uma aristocracia colonial e reprimiu o movimento de contestação de "niveladores" e "escavadores"

Resposta: Letra C



11. No contexto do processo revolucionário inglês do século XVII, o governo de Oliver Cromwell

A)       representou a reafirmação do ideário absolutista ao defender os privilégios do clero anglicano
B)       rompeu com suas bases nobiliárquicas ao permitir a participação popular no Parlamento
C)      ampliou as bases da monarquia inglesa ao liberar a participação de colonos americanos nas discussões parlamentares
D)      significou a defesa e a consecução de objetivos da burguesia e da gentry , ampliando sua participação na política do Estado


Resposta: Letra D

segunda-feira, 23 de março de 2015

Operação Brother Sam: Quando nosso"irmão" quase invadiu o Brasil!

Modelo de porta-aviões usado durante a Operação Brother Sam.




No começo da década de 60, o Brasil passava por uma mudança decisiva no âmbito político da nação. Depois de uma longa disputa entre as frentes “Legalistas” e Militares, selava-se no dia 31 de março de 1964 a transição para o período que ficou conhecido como “Ditadura Militar”. Desde aquela época se especulou sobre uma possível assistência norte-americana aos golpistas, mas esse apoio só foi provado quase 10 anos mais tarde com uma série de matérias publicadas no Jornal do Brasil, provando a existência de uma operação de suporte aos Militares conhecida como Operação Brother Sam.

A Operação Brother Sam foi desencadeada pelo governo dos Estados Unidos, sob a ordem de apoiar o golpe de 64 caso houvesse algum imprevisto ou reação por parte dos militares que apoiavam Jango, consistindo de toda a força militar da Frota do Caribe, liderada por um porta-aviões da classe Forrestal da Marinha dos EUA e outro de menor porte, além de todas as belonaves de apoio requeridas a uma invasão rápida do Brasil pelas forças armadas americanas.

A Operação foi iniciada quando João Goulart chegou em Porto Alegre em 2 de abril de 1964, e foi informado de que o governo dos Estados Unidos já havia reconhecido o novo governo brasileiro. Jango, em Porto Alegre, foi aconselhado pelo general Agemiro Assis Brasil para se exilar no Uruguai. O então embaixador Lincon Gordon havia pedido a Washington apoio logístico aos militares brasileiros. Os EUA tinham forte influência em toda a América (com exceção de Cuba). A influência sobre Brasil era muito grande, as empresas de capital multinacional que aqui estavam tinham o domínio de grande parte da infraestrutura que sustentava o país; a geração elétrica, o fornecimento de água, de gás, de combustíveis, a indústria de alimentos, de roupas e toda a base da produção nacional. Os EUA tinham fortes motivações econômicas para preferir um governo militar e de aspirações mais direitistas. Havia um sentimento de desconfiança dos americanos para com Jango devido ao que os norte-americanos chamavam de “tendências comunistas”.

Em 31 de março 31 de Março 1964 deflagrada a Operação Brother Sam, que, segundo a Imprensa e documentos já em domínio público liberados pelo governo americano, consistia no envio de 100 toneladas de armas leves e munições, navios Petroleiro com capacidade para 130 mil barris de combustível, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com a carga de 50 Helicóptero com tripulação e armamento completo, um Porta-aviões Forrestal, seis destróiers, um encouraçado, além de um navio de transporte de tropas, e 25 aviões C-135 para transporte de material bélico. Gordon queria a intervenção rapidamente, se o golpe não tivesse vingado, o Brasil seria invadido, a poderosa Frota do Caribe estava entre 50 e 12 milhas náuticas ao sul do Espírito Santo.

A Operação foi decisiva para a opção de Jango por se exilar no Uruguai. Ele pensava que assim poderia evitar um grande derramamento de sangue.

A Operação Brother Sam nunca chegou a ser colocada realmente em prática. Ela só seria realmente deflagrada caso houvesse a possibilidade explícita de uma guerra civil. Sendo assim, o reforço militar americano foi chamado de volta no dia 3 de abril de 1964. Para acobertar a situação, Lindon Gordon chamou o deslocamento da Frota do Caribe de um “exercício simulado”.
Apenas em 1976, quando o repórter do Jornal do Brasil, Marcos Sá Correa, teve acesso aos documentos, até então classificados, é que se teve o devido esclarecimento sobre as atividades militares norte-americanas na época do Golpe Militar. Mesmo não tendo sido totalmente deflagrada, a Operação Brother Sam mostra que a intervenção militar por parte dos EUA não era só provável, como real e massiva.









Carlos Fico comenta sobre a operação e as fontes lidas:


Vídeo: Por que Goulart não resistiu ao golpe de 64?




Carlos Fico comenta a falta de sustentação militar de Goulart e o apoio dos EUA ao golpe de 64. Para ler mais sobre este e outros temas, acesse www.brasilrecente.com.


domingo, 22 de março de 2015

Crítica: BOYHOOD - Da Infância à Juventude



"Sabe quando dizem "aproveite o momento"? Não sei, mas acho que é ao contrário. Como se o momento nos aproveitasse."
Manson Jr.

O fato de ter sido filmado, com o mesmo elenco, por 12 anos é o que chama mais a atenção pra se assistir a obra, mas isso apenas fica como curiosidade. A história é tão universal, abordando pontos pelos quais todos nós já passamos em algum momento da vida entre a infância e a juventude e essa mudanças que marcam a vida como feridas e que são difíceis cicatrizar.


Vou tentar não estragar o filme pra quem ainda não viu mais é uma grande dádiva ver as mudanças que Manson Jr. vai crescendo e aparecendo espinhas e perdendo a timidez, mesmo que isso demore a acontecer, além das mudanças do elenco principal como a irmã de Manson e de Patricia Arquette, com a mudança de cabelos e humor e as rugas de Ethan Hawke. Além da passagem do tempo dos personagens, a cultura ao redor deles também é mostrado através das músicas, desenhos e referências (como a política)

E as dificuldades enfrentadas pela mãe que, apesar de ser muito dedicada à família, e de todo o esforço pessoal, não consegue nunca acertar as escolhas em sua vida romântica e só da gente estar ali, presenciando e participando de todas essas ações do tempo sobre aquelas pessoas já seria uma experiência e tanto.

O Filme merece toda a atenção, mesmo não ganhando os grandes prêmios da academia, mais não pode deixar de ser visto, é um filme obrigatório!

Nota 5 de 5

Para quem gosta de: A Arvoré da Vida

O que é Sapere Aude?

Immanuel Kant

Sapere aude é uma frase em latim que significa “ouse 
saber” ou “atreva-se a saber”, por vezes traduzido como “tenha a coragem de usar teu próprio entendimento”.

Originalmente parece estar na Epistularum liber primus,
obra poética escrita em 14 a.C. por Horácio (Quintus
Horatius Flaccus), livro 1, carta 2, verso 40:

Dimidium facti qui coepit habet: sapere aude, incipe!
“Aquele que começou já está na metade da obra: ouse
saber! Comece!”.

A frase teve seu emprego mais conhecido no ensaio Was
ist Aufklärung? (O que é Iluminismo?) de Immanuel Kant, escrito em 1784, que a estabeleceu como uma espécie de grito de guerra iluminista.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Dica de Filme #2: Pink Floyd The Wall


Pink Floyd The Wall é um filme produzido no ano de 1982 pelo diretor britânico Alan Parker, baseado no álbum The Wall, da banda Pink Floyd. O roteiro foi escrito pelo vocalista e baixista da banda, Roger Waters, e possui poucos diálogos, sendo mais metafórico e movido pelas músicas de fundo sendo interpretadas e sequências de animação, dirigidas pelo cartunista político Gerald Scarfe. Apesar de Waters ter sido cogitado para o papel do protagonista do filme, o músico e ator Bob Geldof, da banda punk The Boomtown Rats, estreia como o roqueiro Pink. Apenas duas das músicas que existem no disco não foram para o filme: "Hey You" (que mais tarde apareceu como material extra no DVD do filme) e "The Show Must Go On". O filme não pode ser encarado como um musical, pois apenas duas músicas são realmente cantadas: "Stop" e "In The Flesh" enquanto as outras são apenas versões de estúdio das músicas do álbum, além disso, praticamente não há diálogos no filme. Pink é um roqueiro, uma das causas para seu comportamento depressivo. Começa o filme em um quarto de hotel que acabou de devastar, ao som de Vera Lynn cantando "The Little Boy that Santa Claus Forgot". Revela-se na cena seguinte que o pai de Pink morreu na Segunda Guerra Mundial ("When the Tigers Broke Free", Parte 1) - referência a Eric Fletcher Waters, o pai de Roger Waters, que morreu na Itália, durante a Batalha de Anzio em 1944. Pink começa a se ver como um ditador, cenas de tumulto e da Segunda Guerra. ("In The Flesh?") Segue a infância de Pink nos anos 50, ("The Thin Ice") com ele questionando a ausência de seu pai ("Another Brick In The Wall (Part I)") até aprender que este morreu na guerra ("When the Tigers Broke Free", Parte 2) ("Goodbye Blue Sky"). Na escola, é humilhado por compor poemas ("The Happiest Days of Our Lives") - as letras de "Money", de The Dark Side of the Moon - e começa a pensar em se rebelar ("Another Brick In The Wall (Part II)"). Também sofre com sua mãe superprotetora ("Mother"). Pink cresce, se torna um astro de rock e, sem suportar a pressão, cai em depressão. Passa então a negligenciar a esposa,que se envolve com outro homem, e Pink se sente depressivo com relação a isso e preenche este sentimento comprando bens materias.("Empty Spaces"), e levando uma groupie para seu quarto. ("Young Lust") Eventualmente esta vai embora após Pink surtar e destruir seu quarto. ("One Of My Turns") Pink começa a enlouquecer ("Don’t Leave Me Now")("Another Brick In The Wall (Part III)")("Goodbye Cruel World"), eventualmente raspando todos os pelos do corpo ("Is There Anybody Out There?") - referência a Syd Barrett, ex-membro da banda que apareceu nas gravações de Wish You Were Here sem sobrancelhas e pelos - e após tentar se reconectar a seu passado ("Nobody Home") começa a se ver como um ditador Neo-nazista ao assistir The Dam Busters ("Vera") ("Bring the Boys Back Home"). O empresário de Pink, junto com o gerente do hotel e alguns paramédicos, descobrem Pink e injetam drogas nele para que este possa se apresentar. ("Comfortably Numb") As drogas levam Pink a alucinar. É arrastado para a sua limousine, gritando, vendo o seu corpo a mudar de forma, imaginando ser um ditador neo-nazi e o seu show uma manifestação. ("In The Flesh") Pink manipula a platéia e usa o seu poder para que o sigam em frente e “limpe o mundo dos males das sociedades”. E os seus seguidores atacam minorias étnicas e estupram a namorada branca de um negro. ("Run Like Hell") Pink faz uma apresentação cantando enquanto martelos em passo de ganso andam sobre Londres. ("Waiting for the Worms") Então Pink tem um colapso ("Stop") e vai para um banheiro onde recita poemas (que mais tarde se tornaram as canções "Your Possible Pasts" de The Final Cut e "5:11 AM (The Moment Of Clarity)" do álbum de Roger Waters The Pros and Cons of Hitch Hiking). Pink declara-se cansado de viver assim e pede para voltar a ser quem era antes. Segue-se então um julgamento na sua mente, onde ele encara seu passado. Pink é uma pequena boneca que mal se move, o juiz é um par gigantesco de nádegas, o advogado é uma figura alta e ameaçadora. Mãe, esposa e professor (este último, uma marionete) depõem contra ele, e a sentença do juiz é que cesse seu isolamento do mundo externo. ("The Trial") O muro se destrói, e crianças caminham na rua entre seus destroços ("Outside the Wall") .O filme trata da construção de um "muro" imaginário, que reflete que qualquer pessoa consegue superar qualquer obstáculo na sua vida. Numa visão geral, a queda de um músico,unindo a depressão e o abuso de alucinógenos são o tema central do filme, podendo decorrer da sofrida infância de Pink, uma vez que este viveu durante regimes e guerras.


quarta-feira, 18 de março de 2015

AS TRANSFORMAÇÕES NO SISTEMA FEUDAL

Prof. Douglas Barraqui



I. O CRESCIMENTO DO COMÉRCIO E DAS CIDADES


A partir do século XI a Europa feudal atravessou um período de transformações políticas, econômicas e sociais:


A) O CRESCIMENTO POPULACIONAL (SÉCULOS XI-XIII)
No século XIII, a população europeia saltou de cerca de 23 milhões para aproximadamente 55 milhões de habitantes.


Motivos do crescimento populacional:
1) Relativa estabilidade e certa segurança graças ao fim das invasões e a ações da Igreja que visavam conter a violência – Paz de Deus (“Que nenhum cristão mate outro cristão”) e Trégua de Deus (proibia a guerra em domingos e dias santos).
2) Mudanças climáticas contribuíram para reduzir as epidemias e proporcionaram melhores colheitas.
3) Houve, assim, uma queda significativa da mortalidade.


Os senhores feudais passaram a se preocupar em ampliar as áreas de cultivo, e a prática do arroteamento foi a primeira iniciativa nesse sentido - os arroteamentos consistiam em transformar áreas improdutivas do feudo em locais apropriados para o cultivo agrícola. Dessa forma, os camponeses eram estimulados a ocupar e cultivar regiões de florestas, pântanos e bosques.


A explosão demográfica resultou em:


1) Maior demanda por alimentos,
2) Necessidade de ampliar a produção de tecidos, utensílios domésticos e produtos artesanais, entre outros, o que levou algumas pessoas a se especializar na produção desses itens e também no comércio.
3) A oferta de tais produtos nos feudos resultou na intensificação da atividade comercial de caráter monetário.


B) AS TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS
As transformações econômicas foram favorecidas pelos avanços tecnológicos na agricultura:
1. Arado de ferro ou charrua: que substituiu o arado de madeira. Mais resistente e pesado, o arado de ferro abria sulcos profundos na terra, tornando-a mais fofa e apropriada ao plantio. Solos difíceis puderam ser trabalhados, e isso aumentou a área disponível para o cultivo.
2. Tração animal: para puxar o arado. No novo sistema, o cavalo, mais ágil que o boi, passou a ser utilizado para esse fim. Assim, foi possível cultivar áreas maiores e aumentar a produtividade do campo.
3. Rotação trienal das culturas: que consistia em alternar cultivos diferentes em uma área previamente dividida em três partes ao longo de três anos. A cada ano, enquanto duas áreas forneciam dois produtos distintos, a terceira permanecia em descanso, sendo utilizada para pastagens. Desse modo, a produtividade aumentou consideravelmente.
4. Moinhos d’água ou por cata-ventos: foram aprimorados e tiveram seu uso amplamente difundido. Dessa forma, foi possível moer os grãos com mais eficiência e rapidez.


Consequências das inovações técnicas:
1) Aumento da produção agrícola,
2) As pessoas puderam se alimentar melhor,
3) O número de mortes por fome e doença diminuiu
4) As famílias puderam sustentar um número maior de filhos.
Tudo isso contribuiu para o processo do aumento populacional


C) O CRESCIMENTO DO COMÉRCIO LOCAL
1) O desenvolvimento agrícola gerou um excedente alimentar, que podia ser vendido para a população urbana,
2) O aumento populacional gerou um excedente de mão de obra, que se deslocou para as cidades em busca de alternativas de trabalho.
3) Nas cidades, muitos camponeses sem terra se dedicavam ao comércio e ao artesanato.


D) A EXPANSÃO MILITAR


O desejo da classe mercante medieval em dominar as rotas comerciais dos árabes e judeus e um excedente populacional (tanto de nobres quanto de camponeses) criaram as condições necessárias à busca por territórios fora da Europa e à campanha pela proteção da fé cristã.


As Cruzadas e as ordens militares
Dá-se o nome de Cruzadas às expedições religiosas e militares que, entre os séculos XI e XIII, se dirigiram contra aqueles considerados inimigos da cristandade os muçulmanos que invadiram a terra santa e proibiram a peregrinação de fiéis.


Objetivo: reconquista da cidade de Jerusalém, tomada pelos turcos em 1076.


Organização: As cruzadas foram aclamadas pelo Papa Urbano II em 1095 Concílio de Clermont (França)


Causas:
1. Causa religiosa: libertar Jerusalém;
2. Causa econômica: abrir Mediterrâneo ao comércio;
3. Causa política: questão da primogenitura – os filhos dos nobres sem herança viram nas cruzadas a oportunidade de conquistarem terras;
4. Causa social: crescimento populacional;


Consequências:
1. Crise do sistema feudal, com o enfraquecimento dos senhores que se endividaram para montar exércitos e perderam camponeses;
2. Despovoamento das terras do norte da Europa;
3. Criação de rotas comerciais pelo mar Mediterrâneo;
4. Revigoramento do comércio entre o Oriente e o Ocidente;
5. Chegada das especiarias do oriente na Europa;
6. O estabelecimento de contatos culturais entre a Europa e o Oriente;
7. Os cruzados contribuíram para a abertura e a recuperação de estradas;


II. MUDANÇAS NA EUROPA: ECONOMIA, SOCIEDADE E POLÍTICA


A) O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO:
Entre os séculos XI e XIII, o feudalismo sofreu transformações sociais e econômicas, como o aumento populacional, as inovações nas técnicas agrícolas e a revitalização das cidades devido ao comércio. Esse conjunto de mudanças ficou conhecido como renascimento comercial e urbano.


O comércio:
O crescimento do comércio modificou a estrutura da sociedade europeia, provocando o fortalecimento de uma nova camada social: a burguesia formada por comerciantes e artesãos.


As cidades:
A expansão comercial foi fundamental para o desenvolvimento da vida urbana na Europa. Os movimentos migratórios do campo para a cidade aumentavam a população urbana e, com isso, as cidades cresciam e o comércio prosperava ainda mais.


1. As atividades artesanais: Com o crescimento dos núcleos urbanos surgiram novas ocupações profissionais, como as atividades artesanais. Os artesãos medievais passaram a se organizar para aumentar sua produção. Em geral, os artesãos de um mesmo ofício formavam uma associação, a corporação de ofício, responsável por controlar a qualidade do produto e seu preço.
Faziam parte dessas corporações:
a) Os mestres de ofício, que eram os donos das oficinas artesanais e dos instrumentos de trabalho,
b) Os aprendizes que eram homens livres que dependiam do mestre para trabalhar e aprender o ofício.
c) Os jornaleiros que trabalhavam por jornada, recebendo uma remuneração diária.
Objetivo: As corporações protegiam os artesãos de uma cidade da concorrência dos de outras. A produção era pequena e não havia grande divisão do trabalho.


2. O crescimento do comércio regional
Com o aumento populacional do período, esses negócios se ampliaram e o comércio passou a enriquecer os senhores feudais, que lucravam com o crescimento agrícola e comercial, e a própria burguesia em formação.


3. O comércio de longa distância
O comércio de longa distância, que envolvia comerciantes e produtos de outras regiões, também cresceu, principalmente envolvendo as chamadas especiarias do oriente – cravo, canela, nós moscada, perfumes, essências, ceda, ouro, marfim, açúcar mascavo entre outras mercadorias.
Para facilitar o comércio das especiarias, foram criadas as rotas comerciais. Nos pontos de encontro das rotas mais movimentadas, estabeleceram-se as feiras, importantes locais de venda. As feiras mais famosas ficavam na região de Champagne, na França, loca-lizada entre duas grandes áreas de comércio internacional: o norte da penín-sula Itálica e a região de Flandres. As cidades do norte da península Itálica, especialmente Gênova e Veneza, controlavam o comércio com o Oriente.
O comércio de longa distância gerou maior circulação de dinheiro e novas formas de pagamento, como a letra de câmbio - título de crédito intermediado geralmente por uma instituição financeira.


B) A CRISE DO SÉCULO XIV


No início do século XIV, mudanças climáticas e desmatamentos provocaram colheitas insuficientes e, com isso, houve aumento do preço dos cereais, em especial do trigo. A população urbana sofreu com o declínio da produção, os negócios recuaram e alguns banqueiros faliram. Guerras, doenças e aumento na cobrança de tributos, levaram ao surgimento de violentas revoltas no campo e nas cidades.


A guerra dos cem anos (1337-1453): destruiu os campos cultivados e aumentou a fome, especialmente nos territórios da atual França.


A peste negra: doença transmitida por pulgas de ratos doentes reduziu drasticamente a mão de obra disponível para a agricultura.
As cidades medievais não eram planejadas. Nessas cidades, as ruas eram tortuosas, estreitas e escuras, e não havia nenhum serviço de coleta de lixo. Nas casas mais pobres não havia banheiros ou qualquer sistema de esgotos. Nas mais ricas e nos castelos havia latrinas, que eram esvaziadas de tempos em tempos. Sem condições adequadas de higiene, esse cenário favoreceu o aparecimento e a transmissão de doenças. Foram comuns no período as epidemias de varíola, cólera, lepra e tifo, além da peste negra.
O comércio entre as cidades da Europa e o Oriente – de onde vinham artigos de luxo, como tecidos, pedras preciosas e especiarias – possibilitou que diversas doenças chegassem pelas rotas comerciais e se alastrassem pelo continente europeu.
Origem: Os primeiros casos dessa doença parecem ter ocorrido na China, no iní-cio do século XIV, quando era dominada pelos mongóis. Em pouco tempo, a peste dizimou populações da Ásia central até chegar às cidades do mar Negro.
Calcula-se que, de 1348 a 1390, a doença tenha vitimado entre 20 e 25 milhões de pessoas, o que equivale a um terço da população europeia da época.
Consequência: dessa tragédia foi uma redução ainda maior da atividade agrícola, o que aprofundou a crise econômica e promoveu mais miséria.


A grande fome de 1315 a 1317: A fome foi resultado da queda da produção agrícola decorrente de secas. Dessa forma, a peste negra alastrou-se rapidamente, pois encontrou o povo desnutrido e sem anticorpos para a doença. Devido às más colheitas, o preço dos cereais, especialmente do trigo, aumentou e o banditismo cresceu. A população urbana sofria com a falta de produtos básicos e alguns banqueiros faliram.


As Jacqueries, revolta camponesa: Os senhores feudais passaram a explorar mais intensamente os camponeses. Camponeses e servos passaram a pressionar seus senhores, reivindicando liberdade e melhores condições de vida, já que estavam presos à terra.
Famintos, cansados e sem a proteção dos senhores, os camponeses deram início, em 1358, às Jacqueries, revoltas que ocorreram nas regiões francesas da Picardia e da Provença, e nas áreas em torno de Paris. A expressão jacquerie deriva de “Jacques Bonhomme” (equivalente a “joão-ninguém”, em português), apelido que os nobres deram aos camponeses para ridicularizá-los.
Motivação: era contestar, por meio de ações violentas contra os nobres, a exploração a que estavam submetidos.
Ações: os rebelados queimaram castelos e assassinaram senhores.
Apesar de toda a mobilização popular, a revolta foi reprimida e mais de 20 mil camponeses foram massacrados pelos exércitos dos reis e seus aliados.


As lutas urbanas: Nesse período, outro foco de ocorrência das revoltas populares foram as cidades.
Causas: dificuldades provocadas pela Guerra dos Cem Anos e pela peste negra, a luta pela independência dos poderes feudais, reais e eclesiásticos.


C) AS MUDANÇAS SOCIAIS NA BAIXA IDADE MÉDIA


As dificuldades materiais e as revoltas do século XIV desestabilizaram o feudalismo:
O Clero:
1. Perdeu parte de seus poderes, pois estava menos ligado à aristocracia;
2. As leis de Deus passaram a ser questionadas;
3. Perdeu terras e influência;


A Nobreza
1. Em razão dos problemas econômicos, a aristocracia teve seu poder diminuído;
2. Muitos nobres perderam suas terras e tiveram de se deslocar para as cidades ou para as cortes reais;
3. Outros procuravam casar as filhas com burgueses ricos.


Os Camponeses
1. Depois da peste, das revoltas e do declínio demográfico, muitos conseguiram suas próprias terras e se livraram da servidão.
2. Outros migraram para as cidades, tornando-se trabalhadores livres.


A Burguesia
1. Em geral, o grupo mais favorecido, pois, apesar das dificuldades, muitos burgueses compraram terras dos nobres,Passaram a participar e a influenciar cada vez mais do governo das cidades e da administração real.

Referências:


AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.


CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.


COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.


MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.


PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.


Projeto Araribá: História – 7° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.


Uno: Sistema de Ensino – História – 7° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.



VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002

Fonte: Histo é Historia.