Esse é meu trabalho de graduação da conclusão em licenciatura em História quero divulgar para todos que tem interesse sobre o tema, se quiser utilizar gostaria que fizesse referencia fique a vontade para usar!
AS
DIFERENTES FORMAS DE “OLHAR” A HISTÓRIA: A
IMPORTÂNCIA DO
CINEMA NAS AULAS DE HISTÓRIA.
Tiago
Colombelli
Prof.
Orientador: Daniela Sema
Centro
Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
História
(HID0252) – Trabalho de Graduação
13/12/2014
Este
trabalho consiste no estudo do que o cinema traz para as aulas de
história, como utilizar este vasto material que é estudado por
grandes historiadores como Marc Ferro, e como podemos colocar como
recurso didático para o ensino de história. Além disso o cinema
cria possibilidades de construção do conhecimento histórico
escolar, pois o filme em sala de aula mobiliza operações mentais
que conduzem o aluno a elaborar a consciência histórica, uma
consciência humana relacionada imediatamente com a vida humana
prática, e que constitui, em última instância, no objetivo maior
do ensino de História.
Palavras-chave:
Cinema.
História. Educação.
Com
o surgimento do cinema no final do século XIX, especificamente
inventado na frança em 1895 pelos irmãos Lumière, que criam o
cinematógrafo,
(que era uma câmera que filmava e projetava filmes),
sendo
utilizado como forma de entretenimento em um parque de diversão, as
primeiras demonstrações de um filme de nome “O Trem chegando na
Estação” como novidade nunca vista, deixava as plateias
polvorosas, muitas pessoas saiam correndo da exibição, temendo que
o trem os atropelasse, sendo criticado por ser uma tecnologia que não
duraria muito tempo, pois nessa época a fotografia era um grande
marco.
O
primeiro uso do cinema como forma didática foi no período da
Revolução Russa em meados do ano de 1917, por Leon Trotsky, que se
referia ao cinema como um “suporte para a educação das massas”
na verdade foi utilizada como propaganda para doutrinar o povo, que
mais tarde foi utilizado pelos nazistas que viram um grande potencial
propagandístico do cinema,
(MOCELLIN, 2009).
No
final da década de 50 e 60 já no pós-guerra a escola dos Annalles
a partir da obra de Marc Bloch e Lucien Fèbve e da fundação da
revista dos Annalles que seria Anais de História Econômica e
Social, eles são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento de
uma nova produção historiográfica, no qual o historiador fabrica
seu objeto e lê o sujeito na produção da História, no qual o
historiador constrói e recorta seu objeto de estudo. A concepção
de verdade
absoluta e atemporal, do estudo de história, sofreu um abalo.
O
historiador Marc Ferro foi um dos pioneiros que inaugurou o campo de
estudos da relação entre cinema e história que mostra relações
entre as produções cinematográficas e o estudo de história, foi
quando o cinema realmente começou a virar uma arte ele foi usado
para intervir na história, como ele diz: “Assim como toda a
produção cultural, toda a ação política, toda indústria e todo
filme tem uma história que é a História, com sua rede de relações
pessoais, seus estatutos dos objetos e dos homens, onde privilégios
pesados, hierarquias, honras, encontram-se regulamentos.”(FERRO,
1992).
A
proposta do historiador francês é que o filme seja concebido como
“um produto, uma imagem objeto” (FERRO, 1992), valendo-se do
filme como testemunho. Portanto o filme ficcional que trata de tema
histórico, segundo Ferro, diz mais da sociedade que o produziu, que
o consumiu e das abordagens históricas autorizadas em um dado
momento do que propriamente do período que quis mostrar.
Hoje
o cinema é um mercado de grande potencial consumidor, que com o
capitalismo do séc. XX, se estendeu no mundo todo atraindo multidões
de pessoas e elevando gradativamente a renda, por inserirem novas
tecnologias como o cinema 3D,.
Na
primeira metade do século XX, algumas escolas começaram a
utilização de filmes como material didático, em 1938, Elizabeth
Laine publicou um estudo sobre o ensino realizado em centros
educacionais nos Estados Unidos, sobre a utilização de imagens e
som na educação, a metodologia comum nesses estudos era a
comparação, por meios de testes, com classes que ainda não
houvessem utilizado essa forma de aprender. A diferença indicavam um
aumento de retenção do aprendizado entre 20% e 27%
,
(MOCELIN,2009).
Isso
chamou a atenção de uma indústria cinematográfica a Erpi
Classroom Films Inc. , que foi a pioneira na produção de filmes
didáticos, e patrocinou diversos estudos, com o intuito de
demonstrar que o uso de imagens melhora o aprendizado em vários
campos.
Renato
Mocellin explica os cuidados que os professores têm que ter com o
uso de filmes, de forma didática:
Longe
de tratar o cinema apenas como a mais um recurso didático-pedagógico
a escola precisa assimilar a ideia de que a educação e o cinema,
são formas similares de socialização: são um paralelo entre as
relações construídas por alunos e professores e as relações
construídas entre espectadores e filmes. Nesse sentido o professor
de História de certa forma concorre com aquilo que o aluno aprende
no cinema e em outras mídias – inclusive TV e Internet que
constituem um poderoso meio de influência.
A
citação deixa bem claro o problema que o professor, e
principalmente o professor de História enfrenta, de o que é uma
criação cinematográfica fictícia e o estudo da História que como
o cinema tem suas limitações.
Não
podemos deixar de dizer que os filmes são, a maioria das vezes,
carregadas de ideologias ensinado versões de fatos do passado para
legitimar ações do presente, temos que também dizer que o cinema é
um fato histórico, feita através de seu autor, no período de tempo
que nele está inserido.
No
Brasil, a Escola Nova surgiu, sugerindo a utilização de recursos
audiovisuais, com o grande aumento do desenvolvimento do cinema na
década de 20 e 30, fazendo uma maneira de estimular o interesse do
aluno, logo com a Reforma Francisco Campos (Decreto 19.890 de 1931)
recomendou a utilização da iconografia na educação escolar, pois
isso trazia uma “curiosidade natural” do educando pela imagem
(CATELLI).
Foi
criado o Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE), que logo
produziu dois longas sobre a História do Brasil: O
descobrimento do Brasil
e Os
Bandeirantes,
ambos dirigidos por Humberto Mauro.
“O
Descobrimento do Brasil”,
a partir da reunião de documentos tradicionais da história do
Brasil, recontou a fundação da nação, narrando o que antes já
havia sido exibido de outro modo pelos museus históricos,
principalmente pela pintura histórica: “O filme recorre, como
fonte de composição de seus planos e suas sequências, as diversas
pinturas, sendo a Primeira Missa no Brasil (1861), de Victor
Meirelles, a citação mais clara” (MORETTIN, 2000, p.137). A
dramatização, a trilha sonora, a montagem cinematográfica compõem
uma nova forma de contar a história, que coincide com a ascensão do
cinema narrativo como espetáculo de massa nas grandes cidades.
Desta
forma, os novos meios de comunicação poderiam cumprir o papel de
integrar a sociedade, estabelecendo contatos entre segmentos
diferenciados: artista e público, litoral e sertão, nacional e
estrangeiro, cultura popular e cultura erudita, pobres e ricos. Este
projeto de integração principalmente do cinema educativo, que
visava, sobretudo, consolidar uma nação, se caracterizava por uma
modernização conservadora, já que era concebido como uma obra da
elite, sendo esta vanguarda intelectual formada por planejadores,
artistas e técnicos. A arte e a cultura eram reservas exclusivas
desta elite, e, portanto, os novos meios de comunicação tinham como
função irradiar uma cultura elaborada do “alto”,ou, no caso da
cultura popular, selecionada por um corpo de profissionais
especializados.
As
produções do cinema educativo, que tinham como finalidade instruir
a juventude sobre a nossa história, acatavam os princípios da
História oficial, e se por um lado pareciam servir aos objetivos da
Escola Nova, por outro ajudavam a sacramentar mitos nacionais, Isso
era uma dura crítica ao Governo Vargas (1930-1945) que influenciado
pelo fascismo italiano produziu vários filmes de cunho oficial do
governo, Vargas dizia que o cinema era “elemento de cultura que
influía diretamente sobre o raciocínio e a imaginação, apurando
as qualidades de observação, aumentando os cabedais científicos e
divulgando conhecimento das coisas, sem exigir o esforço e as
reservas de erudição que o livro requer e os mestres, nas suas
aulas, reclamam”.
Isso
permitia aos governos usarem o cinema na educação daqueles que não
sabiam ler. O analfabetismo era um problema social brasileiro
considerado um obstáculo ao progresso. Também as imagens de Vargas,
como “pai dos pobres” e “grande líder da nação” foram
construídas, entre outros meios, pelos cinejornais. Nos diários
cinematográficos, Vargas aparecia inaugurando fábricas, construindo
estradas, recebendo crianças e esportistas no Palácio do Catete. A
preocupação em fazer de Vargas o “grande homem do Brasil” era
tanta que em alguns momentos criava situações engraçadas, como a
narrada por Henrique Pongetti, diretor da Divisão de Cinema e Teatro
do DIP. “Getúlio gostava de jogar golfe, estava longe de ser um
campeão e suas bolas não queriam nada com o buraquinho. Dei
instruções a Ramon Garcia, cameraman, destacado sempre para
glorificar o homem, que pedisse a um bom jogador para fazer umas
espetaculares jogadas e filmasse Getúlio dando porretada na bola.
Fizemos uma montagem perfeita e o povo que tinha simpatia pelo
baixinho risonho, bateu palmas no Metro do Passeio”.
Vargas
via no cinema o espelho daquilo que idealizavam, o cinema foi um
aliado fundamental no processo de conquista da população. Através
dele, conseguiam fazer com que as qualidades dos governos
autoritários fossem ressaltadas e até mesmos inventados.
Com
pesquisas na internet, podemos ver amplos filmes de contexto
histórico que temos a disposição, em vários sites e
principalmente blogs de professores de História, vemos a grande
quantidade de material da sétima arte para trabalhar didaticamente
com as turmas de ensino fundamental e ensino médio alguns filmes têm
uma linguagem bem próxima, (quer seja com ação ou por curiosidade
do aluno), dos educandos e outros com linguagem de difícil acesso
pra eles, ou seja, temos que ser bem categóricos com as turmas que
queremos trabalhar e principalmente do difícil dialogo que o filme
passa. Faço aqui uma tabela de filmes e seus respectivos tempos
históricos:
Quadro1*: Filmes
FILME
|
TEMPO HISTÓRICO
|
300,
Diretor: Zack Snyder
Ano:2007
|
História Antiga, Batalha das Termópilas
|
CRUZADA,
Diretor: Ridley Scott
Ano: 2005
|
História Medieval, Cruzadas
|
TROIA,
Diretor: Wolfgang Petersen
Ano: 2005
|
História Antiga, Grécia, Guerra de Troia.
|
GLADIADOR,
Diretor: Ridley Scott,
Ano 2000
|
História Antiga, Roma.
|
O RESGATE DO SOLDADO RYAN, Diretor:
Steven Spienberg
Ano: 1998
|
História Contemporânea, II Guerra
Mundial.
|
O NOME DA ROSA,
Diretor: Jean-Jacques Annoud
Ano:1986
|
Idade Média, Inquisição.
|
VATEL,
Diretor: Roland Joffé
Ano: 2000
|
História Moderna, Luís XIV.
|
RESTAURAÇÃO – O OUTRO LADO DA NOBREZA.
Diretor: Michael Hoffman
Ano: 1990
|
História Moderna, Pragas.
|
APOCALYPTO
Diretor: Mel Gibson
Ano: 2006
|
História da América, Incas,
Descobrimento.
|
GUERRA DE CANUDOS,
Diretor: Sergio Rezende
Ano:1997
|
História do Brasil, Guerra de Canudos.
|
O CONTESTADO – RESTOS MORTAIS
Diretor: Sylvio Back
Ano:2012
|
História de Santa Catarina, Guerra
Contestado.
|
ADEUS, LENIN
Diretor: Wolfgang Becker
Ano: 2003
|
Crise do Socialismo, Fim da URSS.
|
O ULTIMO REI DA ESCÓCIA
Diretor: Kevin Macdonald
Ano: 2006
|
África no século XX.
|
A QUEDA
Diretor: Oliver Hirschbiegel
Ano:2004
|
Segunda Guerra Mundial, Hitler
|
GERMINAL
Diretor: Claude Berri
Ano:1993
|
Revolução Industrial, Ludismo.
|
1492 A CONQUISTA DO PARAÍSO
Diretor: Ridley Scott
Ano: 1992
|
Grandes Navegações, História da América.
|
O INCRIVEL EXERCITO DE BRANCALEONE
Diretor: Mario Monicelli
Ano: 1966
|
História Medieval.
|
A GUERRA DO FOGO
Diretor: Jean-Jacques Annaud
Ano:1981
|
Pré-História.
|
O QUE É ISSO COMPANHEIRO
Diretor: Bruno Barreto
Ano: 1997
|
Ditadura Militar, História do Brasil.
|
FÚRIA DE TITAS
Diretor: Louis Leterrier
Ano: 2010
|
Grécia Antiga, Mitologia Grega
|
CAÇA AS BRUXAS
Diretor: Dominic Sena
Ano:2011
|
Idade Média, Inquisição
|
MAOMÉ – O MENSAGEIRO DE ALÁ
Diretor: Moustapha Akkad
Ano:1976
|
Civilização Muçulmana, Tema Religioso
|
*Quadro feito pelo autor
Claro
que estes são apenas exemplos de filmes há inúmeros filmes de
conteúdo histórico não listados aqui. Com essa grande quantidade
podemos elaborar planos de aula que está relacionado a um assunto
abordado em sala de aula.
No
site da Nova Escola [1] temos alguns exemplos de um plano de aula,
que usa o filme “Gladiador” para demonstrar a sociedade Romana e
o “Pão e Circo” promovido com os torneios de gladiadores, pelos
imperadores, demonstrar suas vestimentas e seu cotidiano na visão de
tempo e cultura dos Romanos:
Como
explorar o Império Romano com "Gladiador"
Introdução
Neste
filme, vencedor de cinco Oscar, incluindo melhor filme e melhor ator,
Russell Crowe vive Maximus, o maior general do Exército romano. Em
180 d.C., o imperador Marcus Aurelius morre na frente de batalha,
dando lugar a seu filho Commodus. Maximus era o favorito do imperador
à sucessão, o que leva Commodus a mandar matá-lo para garantir o
trono. “Gladiador dá uma boa ideia de como eram espaços como o
Coliseu e mostra a dinâmica da sociedade da época e quem eram os
grupos dominantes”, afirma o professor Juliano Custódio Sobrinho,
da Universidade Nove de Julho (Uninove). Objetivo
Conhecer
a sociedade romana, os grupos sociais mais abastados, que dominavam a
política, o exército e os povos escravos. Conteúdo
História
antiga e sociedade romana. Trechos
selecionados
O
início, que apresenta o acampamento de batalha, que retrata a
vestimenta do Exército romano (2m10s a 17m30s), cenas em que
Maximus
está entre os escravos e começa a se destacar como gladiador
(46m01s a 58m29s) e o trecho final, em que ele luta no Coliseu
(2h15m27s a 2h28m15s).
Atividade
Diga
que a turma irá assistir a trechos de Gladiador
e explique que o filme se passa no século 2, na Roma antiga. Depois
da exibição, pergunte o que os alunos sabem dizer sobre a sociedade
romana dessa época. Anote as ideias apresentadas. Peça que, em
grupos, realizem uma pesquisa sobre o tema, explicitando a
característica se o papel de governantes, do Exército e do povo.
Organize um debate entre as equipes. Atribua funções específicas
para cada aluno (quem fará as perguntas, quem responderá e quem
será o relator). É interessante discutir a função do gladiador na
sociedade romana e a política de “pão e circo”. Pergunte se
reconhecem hoje em dia políticas semelhantes a essa e sistematize no
quadro as informações. Avaliação
Compare as informações anotadas no início da atividade com as
apresentadas na pesquisa. Analise também a participação de todos
no debate.
Usar
este exemplo acima de plano de aula facilitou e muito o trabalho
desenvolvido com os alunos de 6° ano da Escola Giovania de Almeida
em Balneário Camboriú, com um interesse dos alunos sobre Roma e
sobre os torneios de Gladiadores, que também vem de séries como
Spartacus e suas temporadas, provando que sim o uso do cinema pode
ser um importante aliado para o professor.
Outro
exemplo de uso dos filmes sobre o nazifascismo é pelo filme O
grande ditador veja
o exemplo retirado de um blog de uma professora de História[4]:
Introdução
*Podemos
apontar algumas razões que justificam a escolha do filme, a
principal delas é que ele retrata um momento histórico importante:
a Segunda Guerra Mundial.
*Além
disso é uma oportunidade dos alunos conhecer a genialidade de
Charles Chaplin. O grande palhaço “Carlito” que não temendo as
consequência ousou denunciar Hitler, que naquele momento era
reverenciado como aquele que seria capaz de derrotar a URSS.
Objetivos:
-
Compreender a extensão e a importância da história da Segunda
Guerra Mundial;
-
Valorizar o conceito de liberdade;
-
Situar geograficamente os países envolvidos;
-
Compreender as diferenças dos sistemas políticos;
-
Entender as diferenças étnicas e culturais;
-
Conhecer a realidade econômica e histórica do período histórico;
Conteúdo:
A
Segunda Guerra Mundial, O Antissemitismo.
Desenvolvimento:
Nas
aulas de História, o professor de História fará com os alunos um
estudo a respeito do tema(A Segunda Guerra Mundial). Depois, em
outras aulas seguintes, serão apresentados alguns trechos filme e
também um exercício reforçando a importância de conhecer uma
passagem da Segunda Guera( O Holocausto) e contextualizá-la aos
conteúdos estudados em sala de aula . Após o filme, nas demais
aulas, será proposta sobre o assunto.
Além
das discussões, os alunos farão um pequeno exercício sobre os
principais elementos que compõem a narrativa do filme (personagens,
espaço, tempo cronológico, conflito gerador e o tipo de narrador).
E o professor de História preparará uma atividade avaliativa
contendo 15 questões objetivas relacionando os conteúdos já
estudados, com a narrativa do filme.
Avaliação:
A
avaliação será feita no decorrer das discussões em sala de aula,
levando em consideração a participação dos alunos. Atividades
feitas pelos educandos.
Um
dos períodos históricos mais difícil de abordar é a Pré-História,
com poucas informações sobre o modo de vida desses humanos, pela
distância de época para o historiador analisar e principalmente o
educando de compreender e identificar-se com esse período, há
poucos filmes disponíveis que aborda esse período e um dos poucos é
o filme “Guerra do Fogo” fiz um plano de aula também desse filme
para a compreensão das primitivas sociedades humanas:
Objetivos:
1)
Conhecer o conceito “Pré-história” e sua diferenciação de
“História”.
2)
Destacar o uso da cronologia e as divisões e marcos históricos
utilizados na contagem do tempo (idade, século, antes de
Cristo/depois de Cristo) como facilitadores para compreensão do
tempo histórico.
3)
Compreender a diversidade dos grupos pré-históricos e a
insuficiência do conceito de evolução linear perante o processo de
convivência e aprendizado entre grupos humanos distintos (de acordo
com descobertas arqueológicas).
Justificativa:
A
Pré-história sempre foi um tema bastante instigante para nós, pois
a questão Qual é a nossa origem? Nos faz refletir a respeito do
surgimento do homem na terra.
Para
que essa pergunta encontre respostas, é de fundamental importância
conhecermos as hipóteses evolucionistas surgidas há um século e
meio e que revolucionaram a partir daí todo o conhecimento produzido
posteriormente, inclusive o nosso.
Ponto
de partida:
Ler
o texto Pré-história (2): O surgimento do ser humano e os períodos
pré-históricos no site Educação do UOL.
Estratégias:
1)
Inicie a abordagem deste conteúdo a partir da historicidade do
conceito de Pré-história explicando aos alunos que foram os
historiadores europeus do século 19 que elaboraram o que deveria ser
compreendido como "Pré-história". Vale lembrar que o
contexto histórico da época promovia a formação de conceitos e
ideias baseadas no Cientificismo.
2)
Apresente a Linha do tempo da Pré-história e os marcos que
originaram os períodos Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais
até o surgimento da escrita como fator de ruptura entre a
Pré-história e a História. Você pode desenhar na lousa a própria
Linha do tempo e ir explicando cada um dos períodos, ou levá-la
pronta em transparência e utilizar o retroprojetor em sala de aula.
3)
Entregue o texto Pré-história (2): O surgimento do ser humano e os
períodos pré-históricos aos seus alunos. Os alunos poderão
acompanhar a leitura que você fará em voz alta, e a cada trecho
lido você poderá interrompê-lo para fazer a sua explanação ou
até mesmo para tirar dúvidas dos alunos.
4)
O texto sugerido para a leitura abre a possibilidade de discutir as
várias teses a respeito do surgimento do gênero Homo e a
convivência de espécies humanas distintas. Se você tiver mapas
conceituais mostrando, por meio de imagens, a evolução do gênero
Homo e em alguns momentos da Pré-história a convivência de uma
espécie com a outra, vale a pena levar para a classe, pois a nossa
explanação e o registro escrito dão maior sentido e segurança aos
alunos quando complementados por meio de esquemas ou mapas
conceituais.
5)
A ideia de que outras espécies humanas podem ter convivido com a
nossa (Homo sapiens sapiens) causa nos alunos uma sensação de
estranheza, pois muitos livros didáticos apresentam de forma
equivocada o processo evolutivo do homem.
Para
que os alunos possam compreender melhor este conteúdo, propõe-se a
projeção do filme “A Guerra do Fogo” (Quest for Fire), de
Jean-Jacques Annaud (1981). O filme aborda a sobrevivência dos
grupos humanos na Pré-história e sutilmente faz a crítica à
antiga ideia de evolução, pois na guerra pelo fogo, o autor mostra
três grupos humanos diferenciados, não só no plano cultural, mas
também na forma física.
O
grupo que detém o conhecimento da produção do fogo possui aspectos
físicos muito próximos ao nosso, em contrapartida, o outro
agrupamento humano já tem características físicas diferentes, com
o corpo coberto de pelos. Estas distinções são relevantes porque
mostram que a espécie Homo sapiens sapiens foi contemporânea da
espécie Homo sapiens e Homo neanderthalensis. O professor deve
chamar a atenção para essas cenas, pois as mesmas rompem com o
senso comum de que a evolução humana foi linear.
6)
Após a projeção, proponha à classe uma reflexão sobre o filme,
como por exemplo:
a)
quantos grupos humanos o filme representou e quais seriam as espécies
ali abordadas;
b)
qual o tempo histórico vivido no filme (aproximadamente);
c)
qual o tipo de moradia entre os variados grupos humanos;
d)
qual o tipo de relação predominante entre os grupos: hostil ou de
reciprocidade.
7)
Para fechar este conteúdo seria interessante que o professor
propusesse aos alunos a confecção de uma ficha técnica e a redação
de uma sinopse sobre o filme.
8)
Se os alunos manifestarem alguma dificuldade com os gêneros textuais
solicitados, trabalhe em conjunto com a disciplina de Língua
Portuguesa e o produto final pode ser avaliado interdisciplinarmente.
Podemos
também citar neste trabalho filmes que podem funcionar como
alternativas para os filmes históricos, que não tenham apenas de
pano de fundo momentos ou fatos históricos mas que trazem mensagens
para o aprendizado do aluno e principalmente para refletir sobre
determinado tema. Uma desses filmes é Narradores
de Javé
(2003), o segundo filme da diretora Eliane Caffé, neste filme,
observamos uma ousada precisão com a “dinâmica social” e seu
ciclo histórico. O filme constrói através dos 100 minutos de
duração do filme, todo o funcionamento e perpetuação das várias
facetas da memória popular e da História Oral.
O
filme conta a história do Vale de Javé, que está ameaçado pela
construção de uma represa para a nova hidrelétrica, a única
condição para a permanência do povoado “no caminho das águas”
seria o tombamento do múnicipio para Patrimônio Histórico. Sem
documentos que possam dar conta do importante passado, os habitantes
do povoado resolvem escrever a história de Javé com base nos fatos
e depoimentos dos moradores – conforme suas próprias lembranças
ou histórias ouvidas em outros tempos – função que é incumbida
ao personagem Antônio Blá.
Neste
filme os próprios moradores de Javé se tornam historiadores, e os
depoimentos cedidos estão permeados de parcialidade e louvor a esse
ou aquele herói fundador, conforme parentesco ou mesmo devaneios de
quem conta. Por sua vez, esses depoimentos devem passar pelo aval de
um outro morador (Antônio Blá), que por saber escrever, é o
“historiador cientista”, aquele que supostamente pode transformar
as “mentiras da história oral” em “verdades da história
oficial” O embate entre a ciência e o imaginário popular é
constantemente trazido à tona por Antônio Blá.
Eliane
Caffé consegue fazer da construção da história uma comédia de
altíssimo nível cinematográfico e intelectual, o elenco é de uma
grandeza, especialmente José Dumonte e Gero Camilo, em grandes
atuações, o uso desse filme pode ser tanto no contexto histórico
nacional, ou fazer com que o aluno observe como a história é
construída dando exemplos de escrita para apresentação das
verdades que estão impregnada nos currículos de história, e neste
filme a história oral é usada com frequência, o que podemos
demonstrar que o fato histórico está repleto de subjetividade do
narrador ou de quem escreve a história.
Outra
grande alternativa de facilidade de acesso a conteúdos é o Curta na
Escola [2] tem como objetivo promover e incentivar o uso de
curtas-metragens
brasileiros como material de apoio pedagógico em salas de aula.
Esta
iniciativa já existia desde o início do Porta Curtas Petrobras, em
agosto de 2002, em março de 2006, foi criado dentro do Porta Curtas
o canal Curta na Escola, onde havia a indicação de filmes do acervo
para o uso pedagógico, com sugestões de especialistas e produção
de planos de aula para todos os níveis de ensino.
O
canal sempre teve uma grande adesão de professores, que viam outros
planos de aula e elogiaram o serviço, motivando o desenvolvimento do
Projeto Curta Na Escola, que reúne hoje neste web site um conjunto
de ferramentas dedicadas a promover o uso dos curtas-metragens
brasileiros na educação.
O
projeto é aberto a professores de todo o Brasil, de forma totalmente
gratuita, e tem por objetivo constituir uma Comunidade Nacional de
Aprendizagem em torno da construção colaborativa de conteúdos
relacionados ao uso dos curtas-metragens disponíveis no site Curta
na Escola.
Nesta
plataforma os professores cadastrados compartilham suas vivências em
torno da utilização dos curtas em sala de aula, comentando os
filmes e enviando sua experiência educacional por meio de relatos
que formam o Banco de Relatos aberto para consulta. A seguir
retiramos do site as propostas para o que se vincula.
Proposta
Pedagógica:
O
trabalho com audiovisual na educação pode contribuir muito com a
prática pedagógica. No caso de curtas-metragens brasileiros há
diferenciais educacionais importantes que devem ser considerados:
•
Conteúdos
produzidos no Brasil e por realizadores brasileiros, representa nossa
sociedade e a nossa cultura;
•
Incentiva
a criação de projetos de Educomunicação alinhando comunicação,
objetos multimídia, aprendizagem colaborativa e interdisciplinar;
• A
qualidade da produção brasileira de filmes neste formato é
reconhecida em todo o mundo por sua excelência;
•
Favorece
a construção colaborativa de conhecimento entre os próprios
professores por meio do Banco de Relatos;
• Sua
curta duração, geralmente próxima a 15 minutos, faz do
curta-metragem o formato ideal para utilização em sala de aula,
permitindo que os filmes sejam aplicados como “porta de entrada”
de um assunto, fonte adicional de informação, motivação para
debater um tema ou para “coroar” o final de um projeto.
•
Desenvolvimento
de novas formas de utilização dentro da sala de aula.
A
também relatos de professores que usam os curtas, no site
encontramos vários depoimentos de profissionais da educação:
Uma
experiência de cineclubismo na escola:
Data
da Experiência:04/07/2012
Disciplina(s):
História
Temas
transversais: Cidadania
Nível
de ensino da turma*: Ensino Fundamental II
Faixa
etária da turma*: de 10 a 14 anos
Nº
de alunos que assistiram esta sessão:30
Autor
do relato: Renata Telha F. De Oliveira
Instituição:
E.M. Presidente Roosevelt| RJ | Municipal
Objetivos
do uso do filme: Garantir um espaço de entretenimento ao aluno; -
Propor o diálogo entre alunos e professores sobre a temática do
preconceito e suas diversas formas de apresentação na sociedade,
através do filme exibido; - Garantir ao aluno um espaço para
compartilhar suas experiências e impressões sobre o tema abordado
no filme; - Contribuir, em um espaço alternativo, com a formação
do aluno como cidadão, através da valorização da diferença e
respeito mútuo.
Sequência
de atividade envolvendo os filmes: A Escola Municipal Presidente
Roosevelt participa do Projeto “Cineclube nas Escolas”, em
parceria com a Secretaria de Educação da Prefeitura da Cidade do
Rio de Janeiro, tendo, assim, recebido filmes de curtas-metragens
para compor seu acervo. Nosso cineclube, denominado “Cine
Presidente”, funciona quinzenalmente, com filmes exibidos durante o
horário do recreio dos alunos do 2º segmento do Ensino Fundamental.
Tais como todos os filmes exibidos pelo cineclube, " O Xadrez
das Cores" foi selecionado pelos alunos monitores e professores
coordenadores, após assistirem e dialogarem entre si sobre as
impressões que tiveram da temática abordada. Os alunos monitores
prepararam cartazes de divulgação da sessão e distribuíram
ingressos para os alunos, do 6º ao 9º anos, interessados em
participar da atividade. Após o filme, foi realizado um frutífero
debate com os alunos sobre o curta, em que puderam expor suas
opiniões sobre os papéis desempenhados pelas personagens e sobre o
preconceito presente na sociedade.
Comentários:
A exibição do filme "O Xadrez das Cores", na E.M.
Presidente Roosevelt, trouxe experiências muito positivas e
impactantes na minha formação profissional. Acompanhando os
monitores desde o processo de seleção até a sessão, percebi que o
tema provocava reações diferentes nos alunos, que variaram de
risadas à indignação. Minha primeira observação foi a de que os
alunos não conseguiram compreender o significado do título do
filme, o que foi se revelando, para eles, ao longo da exibição. Se
as atitudes e os diálogos preconceituosos de Dona Estela com a
empregada, nas primeiras cenas, produziram muitas risadas entre os
que assistiam, ao longo da trama, passaram a incomodar os alunos. Ao
conhecerem mais de perto a empregada, pode-se dizer que houve uma
aproximação entre eles. De certo que muitos deles possuem uma
realidade de vida bem parecida com a daquela mulher que perdera o
filho de modo trágico. Com a revelação do modo pelo qual seu filho
havia morrido, percebi que alguns alunos baixaram a cabeça ou
desviaram o olhar para não participarem daquele momento. Muitos
deles, por morarem em uma comunidade em conflito, conheciam de perto
aquela dor. Dali em diante, não ouvi mais risadas ou brincadeiras na
sala. Acredito que eles pararam para ouvir o que aquela mulher, que
parecia não merecer atenção, tinha a dizer. A abordagem da
afirmação da diferença e da igualdade de direitos entre brancos e
negros se tornou uma mensagem clara e o “Xadrez das Cores” fez
sentido. Após o filme, durante um debate realizado pelos monitores,
os alunos participaram, expondo as experiências que tiveram com o
preconceito - seja como vítima ou como um agressor. Acredito que o
filme tenha sido uma ferramenta muito eficaz para a abordagem de uma
tema tão caro ao nosso tempo presente e que ele viabilizou a
concretização dos objetivos que propusemos.
Os
metódos pesquisados neste aritgo são de planejamento de trabalho e
conclusão dos Estágio II e III, ou seja, na prática do cotidiano
escolar, visto que trabalhando na área alguns anos vejo
profissionais preocupados com a boa utilização de instrumentos
audiovisuals, além disso pesquisas na internet de artigos e livro
como o mais importe na área, Marc Ferro, onde neste livro podemos
colocar um objeto de pesquisa para a História.
Leituras
de outros autores com relação ao cinema e a História foi o livro
História e Cinema: Educação para as mídias, com a importancia de
ser uma leitura sem requisito, ou seja, não precisar fazer graduação
de História para entender, que pega um dos filme com que trabalhei
que foi Gladiador e
sua relação com o tempo do filme(161 – 180 d.C) e o ano que foi
filmado (2000), com esses materiais enrriqueceu a pesquisa com visões
diferentes sobre tempo e História.
Vimos
que os filmes na escola são importante aliado para o ensino de
História, os vários olhares que o cinema pode nos transportar para
lugares impossíveis pelo tempo, isso constrói no aluno uma visão
do passado (que temos de ter cuidado de não ser a única)
principalmente na sociedade que estamos inseridos.
O
desfalecimento da ruptura ideológica, que para Zygmunt Bauman,
estamos inseridos e principalmente nossos alunos, é a “sociedade
líquida” conceito sociocultural que a sociedade capitalista vem
com a crise das ideologias (BAUMAN, 2009), reflete muito na educação,
como educadores nos perguntamos qual ensino queremos para os alunos?
Que tipos de instrumentos podemos utilizar não para “matar”
tempo? Estes questionamentos vai nos perseguir por todo nossos anos
no magistério, e com isso temos que criticar os modelos atuais que o
ensino está, com várias quebras de valores.
Não
podemos negar que a tecnologia é uma ferramenta viável para o
ensino, deixá-la de lado é retroceder o processo que a educação
pede para tornar os alunos cidadãos críticos, que na escola estamos
“moldando” mais sem deixar de crítica o sistema educacional que
visa mais o tecnicismo e não absorveu as mudanças que a sociedade
trouxe, seja com ferramentas tecnológicas ou por pensamentos e na
educação não pode ser diferente.
O
papel do professor então como mediador do conhecimento deve tirar
benefícios disso, mostrar que o uso da tecnologia pode sim trazer
mudanças significativas no modo de ver o tempo e de criticar a
sociedade e a cultura, não apenas “americana” como vemos
bastante nos filmes, mas mostrar outras produções de outros países,
principalmente o Brasil, que está crescendo em relação as
produções nacionais.
Desmistificar
os personagens históricos, é um primeiro passo para ver outras
visões que o cinema pode trazer, trago o exemplo de Maria
Antonieta que
foi a última rainha da França,
casada com Luis XVI, foi vista como exemplo de arrogancia da corte e
que teve várias produções cinematográficas, para mostrar esse
estilo de vida de riqueza como forma de desprestigiar esse
personagem, há duas produções relativamente novas, que focam sobre
ela um é “Maria Antonieta” de 2006 que foi dirigido por Sofia
Coppola, e outro mais recente é “Adeus Minha Rainha” de 2012
dirigido por Benoît Jacquot.
No
filme de 2006 narra, numa linguagem ousadamente contemporânea, os
episódios marcantes da vida de Maria Antonieta desde a saída da
Áustria, aos quatorze anos, para se casar com Luis Augusto, até a
explosão das revoltas em Paris em julho de 1789. A diretora deixa
evidente que a releitura que faz da vida da rainha francesa é muito
particular, embora amparada nas narrativas e em biografias históricas
recentes, ou seja, diferentemente das visões históricas que a
revolução deixou como legado.
Já
o filme de 2012 reconstrói o início das revoltas da perspectiva da
serva da rainha e da relação que ela estabelece com a mesma, pela
subjetividade dela somos conduzidos pelos labirínticos corredores do
palácio que levam aos aposentos e aos dramas pessoais de Maria
Antonieta deflagrados pela queda da Bastilha. O recorte temático e
subjetivo do filme nos apresenta, portanto, os momentos iniciais da
revolução vistos dos luxuosos aposentos da rainha, e é pelos olhos
da serva, cheios de admiração e paixão por Antonieta, que
assistimos o desenrolar dos acontecimentos em Versalhes. O filme
reconstrói o início das revoltas da perspectiva da serva e da
relação que ela estabelece com a rainha.
Vivemos
num tempo em que o passado pode também ser construído e narrado da
perspectiva da rainha, de Versalhes, das elites, dos senhores de
escravos e dos patrões, sem que isso soe elitista, reacionário ou
tradicional. Quando a história era escrita somente do ponto de vista
das “classes altas”, com total desinteresse pelas “classes
populares”, havia um sentido conservador, misto de preconceitos
cultivados e de uma concepção elitista da história. O que se
convencionou chamar de “história vista de baixo”, e as
diferentes formas de abordagem popular do passado, abriram o campo da
história para os diferentes grupos sociais e personagens socialmente
menos favorecidos, arrancando a escrita da história dos domínios
exclusivamente conservadores.
E
é nesse pensamento que devemos mostrar para os alunos que tanto as
narrativas de ficção como a própria produção historiográfica
trabalham com construções baseadas em versões e descrições,
assim o aluno passa a criticar e a refletir sobre a sétima arte e
para as novas mídias que possuímos hoje.
José
Manuel Moran nos fala bem sobre essa questão:
Ensinar
com as novas mídias será uma revolução se mudarmos
simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino que mantêm
distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um
verniz de modernidade sem mexer no essencial.
A
escrita possui um valor muito forte como documento ainda na educação,
mais os cuidados que os professores estão tomando com relação ao
uso dos meios audiovisuais, o vídeo, o filme ou o CD-ROM podem
acabar se tornando instrumentos de transmissão mecânica do saber,
desprovidos de análise crítica, o que acaba servindo a um propósito
contrário ao projeto primordial da inserção da linguagem imagética
em sala de aula, o conteúdo termina por tornar-se inútil, visto que
a informação é somente fixada sem provocar o questionamento ou
motivar a pesquisa.
A
função do audiovisual não é agir como mero suporte na transmissão
tradicional do saber, os meios de comunicação como fonte válida de
pesquisa, auxiliar importante da investigação científica.
Ao
contrário do que se imagina, o filme representa tanto o passado
quanto o presente, estando estes dois momentos ocorrendo num processo
simultâneo, que é o pensamento contemporâneo sobre o passado, é
uma tendência bastante crescente nos meios historiográficos, a
análise aqui empreendida buscou afirmar o cinema, e em particular, o
filme histórico, como documento válido e necessário no
entendimento de acontecimentos passados dos quais raras vezes a
indústria cinematográfica se ocupa, e cabe ao historiador/educador
auxiliar o aluno neste processo.
KARNAL,
Leandro(org) . História
na Sala de Aula:
conceitos, práticas e propostas, São Paulo: Contexto, 2009.
MOCELLIN,
Renato. História
e Cinema:
educação para as mídias. São Paulo: Editora do Brasil, 2009.
MORAN,
José Manuel(org).
Novas Tecnologias e mediação pedagógica, São
Paulo: Papirus, 2000.
FERRO,
Marc. Cinema
e História.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
BAUMAN,
Zygmund. Vida
Líquida.
Rio de Janeiro: Zahar,2009.
CATELLI,
Rosana Elisa. Cinema
educativo, 1920-1930: A educação das massas e a educação do
cinema nacional.
2008. 14f. Artigo científico – UFRGS, Porto Alegre, 2008.
“Gladiador”,
de Ridley Scott, EUA, 2000, 155 min.
“A
Guerra do Fogo”,
de Jean-Jacques Annaud, França, 1981, 100 min.
“O
Xadrez das Cores”,
de Marco Schiavon, Brasil, 2004, 21 min.
“Narradores
de Javé”,
de Eliane Caffé, Brasil, 2003, 100 min.
“Maria
Antonieta”,
de Sofia Coppola, EUA, 2006, 120 min.
“Adeus
Minha Rainha”,
de Benoît Jacquot, França, 2012, 100 min.
Blogs:
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